Colunistas
O motociclismo e a sociedade
Durante todos esses anos que em que pratico o motociclismo de longa distância, observo que uma parcela grande de motociclistas viajam sempre sozinhos, alegando que suas parceiras não gostam de motociclismo, e eu percebo que realmente em torno de 80% delas não gostam mesmo, mas concluí também, que um enorme número delas não gosta, porém não pela sua condição feminina, mas sim por culpa da falta de sensibilidade da maioria dos homens motociclistas que não souberam cativar e mostrar para suas parceiras no primeiro contato com as mesmas, a delícia que é fazer passeios e viagens de motocicleta.
Por diversas vezes assisti a primeira viagem de alguma mulher com o motociclista, e o mesmo simplesmente fala: “sobe aí” e vai acelerando, sem o qualquer cuidado com a sua parceira. No meu ver, esta técnica é alguma coisa de muito grosseira e espanta para sempre o sexo oposto da motocicleta, e assim sendo o “cara” viaja sempre sozinho perdendo os prazeres que a viagem de moto com a sua mulher agarradinha a ele recebendo o vento gostoso no rosto e o calor do corpo dela juntinho ao seu o proporcionaria, e ainda coloca a culpa na mulher. Como são bobos....
A boa técnica, no meu ver, passa por uma série de pequenos cuidados que cativarão para sempre a mulher querida, e assim o trio motociclista, mulher e moto estará formado e indissolúvel, enquanto estiverem juntos.
A primeira coisa a ser feita é comprar para a mulher todos os equipamentos de segurança de boa qualidade e confortáveis. Jeans, botas, luvas, casaco e capacete, com isso você demonstrará seu cuidado para com ela, pois quem ama cuida e ela se sentirá protegida e cuidada por você. E qual a mulher que não admira o homem que cuida dela?
Quando a parceira for subir na garupa da moto, ensine-a a melhor maneira de faze-lo com segurança, mais uma vez demonstrando seu cuidado. Após ela estar bem instalada, pergunte se está tudo bem e ajuste os retrovisores pedindo a ajuda dela, faça com que ela também veja o cenário atrás da motocicleta e peça com humildade a mesma que lhe ajude na pilotagem lhe informando qualquer coisa que ela veja ou sinta de errado, ou melhor, mostre a ela a importância da mesma para sua segurança, a envolvendo no hobby que você ama, com isso ela se sentirá prestigiada e muito importante para você e a segurança de ambos.
Ao iniciar a viagem, utilize aceleração suave e curvas com pouca inclinação além de manter uma velocidade compatível com o trânsito do momento, para que aos poucos ele vá se sentindo segura, explique a ela o balanço do corpo em concordância com o seu e a não colocar o pezinho no chão mesmo que ela se sinta assustada nos primeiros quilômetros. Durante a pilotagem vá conversando um pouco com ela, mostrando alguma coisa interessante na paisagem, ou seja, a distraia para que a tensão natural de uma pessoa que pela primeira vez está andando sobre duas rodas vá desaparecendo.
Não faça quilometragem muito alta sem paradas, pare com mais frequência do que faria se estivesse sozinho e não se esqueça de nessas paradas elogiar seu desempenho como garupa, agradeça a ajuda que ela está lhe oferecendo, sem se esquecer de falar do prazer que aquela viagem está lhe dando, tudo isso acompanhado de um cafezinho, água ou suco. Não se esquecendo dos beijinhos.
Meu amigo motociclista, depois de um par de viagens ou passeios se utilizando da técnica citada acima, e mesmo assim a sua mulher continuar não se interessando pelas viagens de motocicleta, aí sim, você terá completa razão de viajar sozinho por culpa dela.
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