Colunistas
Motociclismo e a sociedade
Recentemente, escutei de uma parceira de um motociclista o seguinte dizer: “Quando estou na garupa do meu parceiro em viagem eu até durmo”. O motociclista em questão ficou todo vaidoso, pois esse dito só comprovou a total confiança que a sua parceira deposita nele. Por ser amigo do casal fiquei extremamente preocupado, pois entendo o fato de uma maneira totalmente oposta. No meu modo de ver, por uma questão de parceria e segurança, a garupa deve ser o copiloto da nave motocicleta, se mantendo sempre alerta. Que deve estar naquele posto para ser companheira, parceira, ajudar na pilotagem e na segurança do casal.
O piloto tem a obrigação de chamar a sua garupa à responsabilidade, fazendo com que a mesma se sinta importante e comprometida não só com o prazer, mas também com a segurança das viagens e passeios de motocicleta.
As viagens de motocicleta, principalmente as longas, exigem uma boa preparação, tais como o plano de viagem, as condições técnicas da motocicleta, as condições físicas dos personagens, a indumentária e equipamentos de segurança , tais como capacete, luvas, casaco, capa de chuva, dentre diversos outros itens. Mas vejo como de muita importância, tanto quanto os citados acima, a preparação e informação sobre todas as características da viagem com o garupa. Também chamada em aviação de “briefing’. Esta preparação deve obrigatoriamente passar pelo pedido de ajuda na pilotagem, mostrar a parceira a sua importância e necessidade no decorrer da viagem.
Eu entendo como de boa prática, quando do início da viagem, regular os retrovisores de maneira tal que, a garupa enxergue com facilidade a parte de trás da motocicleta e combine com ela algum sinal quando a mesma observar algo que a mesma entenda ser diferente ou perigoso para o bom andamento da viagem. Deixe-a bem a vontade, a informando que a qualquer momento que a mesma esteja cansada comunique que, será feita quantas paradas forem necessárias, pois é importante para você que a sua parceira esteja se sentindo muito bem e confortável, não esqueça que a biologia e resistência da mulher são diferentes das do homem.
É natural que em alguns momentos em longas viagens o sono chegue não só para a garupa, mas também para o piloto, mas nem por isso devemos dormir, imaginem se o motociclista der uma dormidinha no guidon? Seria muito perigoso, mas um garupa dormindo também se torna perigoso para pilotagem, principalmente se houver algum imprevisto que obrigue o condutor a alguma manobra brusca.
O fato é que viajar de motocicletas é muito agradável, mas é muito mais gostoso quando estamos acompanhados da pessoa que amamos junto e participando efetivamente de todos os aspectos da viagem. Mas de preferência com a parceira acordada e aproveitando todos os detalhes da viagem e ajudando na manutenção da segurança.
A confiança no motociclista não se comprova dormindo, mas sim viajando sempre com ele e demonstrando a alegria de estarem juntos curtindo momentos agradáveis, que só os passeios e viagens de motocicleta proporcionam, e sempre o ajudando na condução segura.
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