Diário de Bordo

Internacional

Uma viagem até Machu Picchu - Peru


09/02/2012 14h54

PRIMEIRO DIA - 05 JANEIRO - QUINTA FEIRA

Saímos de Canoinhas, por volta de 10:30 e tocamos até Palmeira, onde abastecemos. O Luciano estava num mixto de euforia e preocupação, pois afinal de contas era sua primeira viagem longa. De Palmeira tocamos até próximo a Telemaco Borba, onde paramos para um lanchinho. Foi aí que Luciano ficou aborrecido a primeira vez. A bandeira que fixou na sua moto caiu. Tocamos até Londrina e passamos o Paranapanema indo em direção a Santo Anastácio, onde fomos muito bem recebidos pelo casal Arlindo e Joana, pais do Guilherme que morou alguns anos em Canoinhas. Fomos jantar num restaurante chamado Banzai, com shashimi e costelinha de Pacú...show de bola. Após o jantar o sono dos justos. PERCORRIDOS 660 KM

SEGUNDO DIA - 06 JAN - SEXTA FEIRA

Partimos de Santo Anastácio com destino a Campo Grande(MS), onde eu tinha revisão agendada de minha moto para logo após o meio dia. Foi a primeira vez que a moto do Luciano ficou sem gasolina. Não havia enchido o galão de reserva. Paramos uma camionete que tentou rebocar o Luciano, mas não deu muito certo. O cara saiu muito rápido e quase derrubou o Luciano na pista. Abortamos a ideia, e fui sozinho prá frente e a 8 km à frente encontrei um posto. Voltei com a gasosa e abastecemos e seguimos a Campo Grande. Levamos minha moto para a revisão e fomos até o shopping em frente a Harley, para almoçar e tomar uma cerveja. Achamos um hotel bem em frente ao shopping e por lá nos instalamos. Hotel muito bom. Peguei a moto pelas 7 da noite (8 em Canoinhas) e descansamos bem, pois no dia seguinte teríamos 700 km pela frente. PERCORRIDOS - 440 KM

TERCEIRO DIA - 07 JAN - SÁBADO

Saímos de Campo Grande, 8 e meia e enfrentamos um trafego muito pesado literalmente. Muitos caminhões na pista e também animais mortos, tipo anta, tamanduá. etc.. afinal estávamos bem próximo ao Pantanal Matogrossense. Na divisa entre MS e MT, paramos para tirar uma foto, e deixei minha moto à beira da pista, e quando um caminhão passou, simplesmente o deslocamento de ar, ARRANCOU a bolha de minha moto. A bolha havia sido tirada na ROTA 67, Revenda Harley de Campo Grande, e com certeza foi mal colocada. Sorte que não quebrou e nada de mais grave aconteceu, tendo alguns carros até desviado da peça que caiu. Vamos conversar com a HD para esclarecer o problema. Por sugestão de um proprietário de Posto, abortamos a ideia de seguir direto à Cuiabá, pois pegaríamos duas serras com muito transito de cargas pesadas. Entramos então para a cidade de Campo Verde, onde encontramos com o João Marcos ( O Negão), que havia saído de Brasília na quinta feira também. Abastecemos e seguimos 80 km para a Chapada dos Guimarães, onde chegamos no final da tarde. Paramos no centro Geodésico para umas fotos e seguimos para hospedagem na Pousada Penhasco, com excelente visual, e estrutura sensacional. Em frente tomamos algumas cervejas, o Marcos Bé...só no vinho, e fomos dormir. PERCORRIDOS 705 KM

QUARTO DIA - 08 JAN - DOMINGO

Choveu muito a noite passada e também pela manhã na Chapada dos Guimarães. Tomamos o café, sossegados, sem pressa, mesmo porque o Luciano é meio marcha lenta. Saímos por volta do meio dia, com destino a Cuiabá, almoçando na localidade de Diamantino e tocamos até Novo Mundo do Parecis, bem próximo a reserva indígena do mesmo nome. Paramos no hotel Tessaro, que é de propriedade de um casal de Quilombo(SC), e que residem nesta cidade a mais de 30 anos. Aliás, como existem catarinenses em Mato Grosso. Muita gente mesmo. A noite saímos para uma cerveja e uma pizza básica e encontramos algumas pessoas que nos receberam bem e altos papos. Fomos ao berço para o descanso dos justos. PERCORRIDOS 480 KM

QUINTO DIA - 09 JAN - SEGUNDA FEIRA

Nesta época na região centro oeste, é muito comum as chuvas, e para confirmar, foi mais uma noite de chuva, mas como parou mais cedo, saímos por volta de 10:30, após o Luciano ficar umas duas horas arrumando sua bagagem e depois quebrar uma lente de seu óculos de sol. Tínhamos então um Pirata no grupo... Pegamos a estrada sem saber em que cidade íamos dormir. Chegamos à entrada da Reserva dos índios Parecis e pagamos o pedágio de R$ 10,00 por moto, que é cobrado em função da cessão de terras para construir a estrada. Parte deste dinheiro é para a Funai e também para engordar , com certeza, os bolsos dos políticos. Passamos a reserva, com destino a Sapesal e em direção ao estado de Rondonia. No trajeto pegamos chuva em vários trechos, mas era questão de 20, 30 minutos e aliviava voltando o sol. Típico dessa época do ano nesta região. O Luciano, mesmo tendo ganho uma bela luva de presente de sua filha Natália, viajava com uma luva estilo "Ana Maria Braga", daquelas que ficam os dedos à mostra, e claro com isso, dando oportunidade de entrar, por exemplo, ABELHAS. E foi o que aconteceu. Entrou uma abelha e ferrou a mão direita, o que causou um inchaço e dores inerentes. Mais uma vez acabou a gasolina da moto do Luciano, mas dessa vez havia reserva no galão. Abastecido seguimos e entramos no estado de Rondonia, portal da Amazônia, 5 km antes da cidade de Vilhena. Tocamos mais um pouco e fomos dormir na cidade de Cacoal(RO). Paramos no hotel Central, com diária bem razoável e fomos curtir o centro da cidade. Paramos numa lanchonete, onde o proprietário é de S.J. dos Pinhais, e serve espetinhos de vários tipos, assados numa "xixeira" na calçada. Na extensão da calçada, ele coloca mesas em frentes de lojas e muita gente prestigia o local. Se isso fosse feito em Canoinhas, com certeza não daria certo, mas lá dá. Ganhamos alguns brindes do proprietário da lanchonete, como chaveiro e adesivo. Após umas beers e uma garrafa de vinho do Marcos, fomos ao berço. PERCORRIDOS 580 kms

SEXTO DIA - 10 DE JANEIRO - TERÇA FEIRA

Dormimos no Hotel Central em Cacoal, depois de inventar um dispositivo especial. Trata-se de uma novidade que quando voltar , vou patentear. É um dispositivo contra RONCO. Duas aranhas e uma rede, que vai amarrada no pé do roncador, que no caso é o Luciano, carinhosamente apelidado de MOTOQUEIRO SELVAGEM. Depois explico esta parte. O homem ronca demais. A cada roncada eu esticava a corda e ele mudava de posição, parando de roncar. Saimos pela manhã, após o PIOR CAFÉ DA VIAGEM e tocamos a Porto Velho, capital de Rondonia, passando por um dos piores trechos da viagem, com chuva e MUITOS BURACOS. Apesar disso cumprimos todos os 590 km com segurança e bem devagar. Passamos por JI Paraná, uma das cidades mais complicadas de todo o trecho, com muitas motos pequenas atrapalhando na rodovia e muitos caminhões. Chegamos a Porto Velho, no hotel O COMPADRE, às margens da rodovia 364. Jantamos no restaurante do Hotel, eu com uma canja, Negão como um churrasco (come carne pra caramba) e o Luciano PICCHU SELVAGEM, só no peixe. Algumas cervejas e cama..Tinha vinho nacional mas era muito caro.....Negão. ficou na água.....fomos dormir. E claro..com dispositivo de ronco acionado novamente....hehehe... PERCORRIDOS 590 KM

SÉTIMO DIA – 11 DE JANEIRO - QUARTA FEIRA

Partimos de Porto Velho, após excelente café da manhã, com destino a capital do Acre, Rio Branco. Na balsa que cruza o Rio Madeira, cujo nome foi dado a quantidade enorme de madeira da Amazônia, transportada por este rio. Foi cobrado 4 reais de cada moto pela passagem, Na balsa encontramos um motoqueiro que mora em Porto Velho, que estava de carro e ia para Rio Branco, pois tem construtura e obras nas duas capitais. Veio conversar, trocamos adesivos. Ele tinha só dois e eu e o Negão ganhamos, ficando o Luciano sem o adesivo. Ficou aborrecido e enquanto o Lamparina, apelido do motoqueiro, não arrumou outro não descansou. Enfim, seguimos parando para almoçar uma das melhores carnes do norte do Brasil...Macia e saborosa, pois o gado daqui é criado com pastagem natural...sem ração e silagem....muita boa mesmo.. Chegamos em Rio Branco e por indicação do Lamparina fomos dormir no EPILOGO HOTEL...cujo nome é o nome real do proprietário, Sr. EPILOGO...Epílogo significa capitulo final....perguntei a ele porque seus pais deram este nome e ele explicou, que foi o primeiro filho e como seus pais não queriam mais, e deram este nome como se fosse o primeiro e ÚLTIMO FILHO....só que vieram outros mais e agora o Sr. Epílogo está tentando na justiça, mudar seu nome para PRÓLOGO....que é o inicio.....é isso é verdade....mesmo...acreditem se quiserem...Saímos a noite para comemorar mais um trecho da viagem com umas cervejinhas para o Luciano e eu. Negão no vinho doce e Lamparina na coca cola....comeu muita carne no almoço e não estava se sentindo bem. Voltamos ao Hotel e liguei para casa, e também para meus amigos em Canoinhas, que estavam reunidos na casa do Diego "anão" Bonassoli para comemorar seu aniversário. Falei com vários amigos gastando quase uma hora de tarifa zero da TIM e depois.....enfim....cama...com dispositivo anti ronco acionado..... PERCORRIDOS...535 KM

OITAVO DIA - 12 JANEIRO - QUINTA FEIRA

Como em Rio Branco existe diferença de 2 horas, tivemos que esperar o comércio abrir as portas, para levar a moto do Selvagem(lLuciano), para troca de relação e reaperto geral....O Lamparina nos levou na oficina do Mosca, tradicional motoqueiro de Rio Branco e que recebe todos os viajantes em sua oficina, que é sede de seu Moto Clube Cavalo de Aço, também o nome de sua oficina. Após a troca da relação da moto do Luciano e outros serviços, saímos após o almoço em direção à cidade de Assis Brasil, divisa com o Perú. Conseguimos fazer 330 km antes de anoitecer e achamos a pousada Renascer de uma senhora muito simpática e bem acolhedora. Recomendou ao Luciano que parasse de fumar. Muitos mosquitinhos negros infernizaram nossa vida. Jantamos na praça da cidade e fomos dormir. PERCORRIDOS.. 330 KM

NONO DIA...13 DE JANEIRO - SEXTA FEIRA

Saimos de Assis Brasil, para entrar na Aduana peruana. Trocamos dinheiro fizemos a imigração e partimos com destino a Porto Maldonado, a apenas 220 km. Foi neste trecho que pegamos o maior pé d’água da viagem até então. Nos molhamos inteiros, porque não deu tempo de colocar os impermeáveis, o que não foi problema, porque afinal, não somos feitos de açúcar. Por causa do forte vento paramos num GRIFO (POSTO DE COMBUSTIVEL no Perú). Sorte que não caiu a cobertura, porque realmente o vento foi muito forte...Após colocar os impermeáveis tocamos em frente direto com chuva e chegamos a Porto Maldonado, por volta das 6 e meia.(hora de

Brasilia) e paramos para almoçar. Como o trecho era longo até Cuzco, resolvemos parar e dormir na cidade. Uma cena marcou este trecho. Enquanto chovia muito no GRIFO (POSTO DE COMBUSTIVEL), o Luciano "Selvagem", foi flagrado com a cabeça baixa e as mãos entrelaçadas, abaixo da cintura, assim tipo aborrecido....se colocasse uma legenda de pensamento na foto ficaria assim..." O que é que estou fazendo aqui ?"...Pegamos uma pousada muito boa, e encontramos com dois gaúchos que estavam vindo de Cuzco para Maldonado. Nos deram boas dicas principalmente uma, que nos alertava para depressões na rodovia que tinham limo, uma delas era fatal , pois o tombo seria certo. Mas isso conto amanhã. Jantamos, vinho para o Marcos, cerveja para nós e caminha, aliás estava muito muito boa. PERCORRIDOS 220 KM

DÉCIMO DIA - 14 JANEIRO - SÁBADO

Saimos com chuva em direção a Cuzco, 520 km pela cordilheira dos andes, e olha pessoal, como diz aquela musica do Osvaldir e Carlos Magrao, NUNCA VI TANTA POBREZA. Povoados peruanos paupérrimos, sujos, cenas degradantes mesmo...mas tínhamos que seguir e seguimos. Filmadora no capacete, impermeáveis, gasolina de reserva para o Selvagem e fomos em frente. Começamos a subir a cordilheira, e tinhamos o dia todo para cobrir os 500 km, mas como disse um dos gaúchos, VOCES NÃO CONSEGUIRÃOAO FAZER NUM DIA. Até duvidei, quando ouvi...mas depois dei razão a eles. Era impossível andar os 500 km num só dia...Muita chuva, neblina, curva e mais curvas, subindo, subindo muito ...e fomos indo, indo...e chegamos quase ao topo da cordilheira a 4.300 metros de altitude numa cidade chamada MARCAPATA. Parecia uma cena de filme de vampiro, manja? Chuva, neblina, em cima da colina, numa cidade FEIA, povo FEIO, enfim um lugar realmente FEIO. Tínhamos duas opções, Seguir em frente e correr o risco, pois era muita chuva, ou dormir ali mesmo num dos hostals que nos ofereciam. Ai sim o problema se agravou, fui num primeiro bem perto da entrada da cidade. Chão batido, uma lama só, quartos sujos e fedidos, um nojo mesmo. Recusei e por indicacão de um motorista de ônibus, disse para irmos a Comisaria de Policia que eles guardariam nossas motos. Os policiais nos atenderam muito bem, guardamos as motos e por indicação destes, fomos até a Hospedagem de LA PEQUENITA, uma mulher muito baixinha e muito atenciosa. O quarto era mais ou menos limpo, com roupas limpas, porém o cheiro do local era de matar...cheiro de cachorro molhado, ou era de lhama...sei lá...Lembrei da musica do Michel Teló, NOSSA ASSIM VC ME MATA....rsrsrsrs...e falando nisso, é incrível como toca essa m...em todo lugar tem gente tocando essa musica. Os vendedores de bugigangas chegam pra vc e falam...Capital do Brasil - BRASILIA, Presidente do Brasil, DILMA, musica do Brasil...Ai se te pego....è um saco....mas voltando ao quarta de la pequenita...Cheiroso de matar. O Marcos..devido os efeitos da altitude foi o primeiro a empacotar...depois de tentar sinal de internet...acha que conseguiu? A moto do Luciano Selvagem subiu muito bem, ele é que não...aliás para todos o efeito da altitude realmente atingiu....Neste dia passamos só com o café da manha de Maldonado, pois não tivemos coragem de comer qualquer comida por lá....ficamos na fruta e comemos uns choclos....Milho peruano com queijo de lhama. Pequenita cozinhou os milhos para nos e fez chá de coca para amenizar os efeitos da altitude. Mesmo com o quarto fedido fomos dormir. Colocamos um som baixinho na caixa do Felipe e devargazinho o sono foi chegando. O Marcos disse , vou dormir logo pra chegar amanhã mais rápido....sópara ter uma ideia do local que estávamos. Mas enfim, quem viaja está sujeito a esse tipo de coisa...Quando estava quase dormindo, no quarto ao lado uns peruanos ligaram uma m...de caixa de som alto prá caramba, com uma musica péssima e não aguentei...BATI NA PAREDE e pedi que parassem com aquela musica, ou pelo menos baixassem o volume. Obedeceram na hora...mas quem disse que dormi....o Marcos e o Luciano dormiram....eu NADA. Não preguei o olho. Foi uma das piores noites de minha vida.. PERCORRIDOS 300 KM

11 DIA - 15 DE JANEIRO - DOMINGO

Vale dizer que na noite anterior não precisei usar o dispositivo anti-ronco, porque a altitude deve ter feito bem ao Marcos e ao Selvagem, nenhum deles roncou. Levantamos cedo e o SELVAGEM foi là fora fumar (COMO FUMA ESSE HOMEM) e veio gritando - Gente vcs já VIRAM NEVE? Eu perguntei: ESTÁ NEVANDO? Ele disse...NÃO....no cume das montanhas esta cheio de neve....ha tá....beleza....Ele nunca via visto, e ontem não vimos por causa da chuva e do nevoeiro... Arrumamos as coisas e tocamos o barco, quer dizer as motos. Tínhamos mais 200 para chegar a Cuzco...Normalmente um trecho desse se faz em 2 horas e meia...Demoramos quase 6 horas....Porque o trecho é simplesmente ESPETACULAR. Compreendi então o que o Edson de Fraiburgo me disse, NUNCA HAVIA VISTO ALGO SEMELHANTE...e concordo em gênero, número e grau... SENSACIONAL, MARAVILHOSO, INDESCRÍTIVEL. Mesmo em fotos o quadro não se expressa verdadeiro. Algo fora do comum. E eu que já percorri muitos e muitos kms pela América do Sul. Enfim, num dos trechos da viagem neste dia, paramos numa moto com reboque que vende frutas pela estrada, porque outra comida nem pensar. Comemos um pedaço de melancia cada um e seguimos. Foi onde aconteceu uma cena hilária. O Luciano "Motoqueiro Selvagem" que até já se acostumou com o codnome, amarrou o seu capacete na traseira de minha moto...Capacete com a valiosa câmera que ganhou de Natal da Zilá, sua esposa. Embarquei na moto, pois não o vi colocar a câmera lá, e cai na estrada, ficando ambos para trás. Toquei normal como vinha tocando, 60, 70, muitas curvas....quando de repente vi o Marcos atrás de mim, dando sinal de luz, buzinando...fiquei assustado....e parei a moto....aí foi que me disse da camera amarrada na minha moto. Em seguida chegou o Selvagem sem capacete....Marcos contou a cena quando sai da fruteira....O Luciano desesperado eu indo embora com o seu capacete e câmera...Mas também que ideia amarrar o capacete NA MINHA MOTO. Porque não da dele,,,? Bem, depois dessa, seguimos viagem chegando a Cuzco e acolhidos por um guia, que nos levou a uma pousada CASAGRANDE, bem no centro próxima a praça de armas em frente à catedral da cidade. Almoçamos, descansamos um pouco. A noite fomos conhecer a Praça de armas, (eu já conhecia quando fui lá em 2005) e saborear uma pizza local. Como estávamos muito cansados fomos dormir e nos preparar para sair no dia seguinte para Machu Picchu, que era o objetivo principal de nossa viagem.... PERCORRIDOS 230 KM

12º DIA - 16 DE JANEIRO -SEGUNDA FEIRA

Quando planejei esta viagem, foi com um objetivo. Em janeiro de 2010, eu e o amigo Luis Weinfurter, após nos despedir dos quatro amigos de Brasília, nos caracoles, próximo a Santiago, Chile, com os quais ficamos 13 dias no sul da Argentina e Chile, viajamos ao Atacama, e estávamos em Antofagasta, quando nos ocorreu a ideia de ir até Machu Picchu, pois estávamos bem próximos e talvez não houvesse outra oportunidade. Ocorre que bem no dia que íamos para a cidade dos Incas, aconteceu uma grande chuva, deixando a cidade de Águas Calientes, isolada por mais de três meses. Desistimos então do projeto, seguindo para San Pedro do Atacama e voltando para Canoinhas. Infelizmente o amigo Luiz, acometido de uma doença, faleceu em 2011 e então fiz uma promessa de levar uma placa em homenagem ao amigo para a cidade sagrada. E é o que estou fazendo agora. Continuando então. Após o desayuno ( café da manhã) o guia da agencia de turismo veio nos apanhar no hotel para nos levar até Olanntaytambo, cidade a aproximadamente 100 km de Cuzco, onde pegamos o trem e seguimos até Aguas Calientes, abaixo da Montanha Sagrada. O trem leva duas horas e como tínhamos um Hotel reservado para uma noite, descansamos e conhecemos vários pontos da pequena cidade turística, porém muito bonita, com ladeiras e ótimos bares e restaurantes. Foi neste dia que o Motoqueiro Selvagem (Luciano), conheceu o PISCO SAUER, uma bebida alcóolica, típica Peruana, que é feita do choclo, um milho de grãos enorme e muito saboroso. PERCORRIDOS 150 KM ENTRE VAN E TREM

13º DIA - 17 DE JANEIRO - TERCA FEIRA

Levantamos cedo e fomos ate a saida do micro onibus que leva a Velha Montanha, traducao de Machu Picchu. Compramos agua ao custo de 7 reais uma garrafinha, e subimos a montanha, juntamente com a nossa guia, um senhora muito simpática que explicou tudo sobre a colonizacao INCA. O lugar é simplesmente MARAVILHOSO, e mesmo com o cansaco que causa a caminhada VALE A PENA SIM. Encontramos um casal de jovens que haviam perdido os passaportes e estavam em desespero. Sua bagagem toda baguncada tinha como achar mesmo...Pedi licenca a eles e comecei a procurar com calma tirando peca por peca e bem embaixo de tudo ACHEI o passaporte que faltava. A menina estava em panico e dei minha garrafa de água para beber um pouco e se acalmar. Acabou que sem eu perceber ela levou minha agua de 7 pilas...Nao os vi mais...Tiramos várias fotos inclusive com a placa do Luiz. Porém nao local para deixá-la. Após a visita a Machu Picchu, descemnos a Aguas Calientes para almocar, descansar um pouco. Fui entao, por sugestao da guia, até a Prefeitura da cidade e falei com o Secretario de Turismo Jonathan, e expliquei o fato da morte do Luiz e seu desejo nao realizado de conhecer Machu Picchu. Entregue a placa a ele, que explicou que eles possuem um cemitério especial para este tipo de homenagem, inclusive com vitimas da grande chuva de 2010, e por causa dela nao pudemos vir até a cidade. Ele prometeu fixar a placa no local, fotografar e me enviar por e-mail. Disse inclusive que vai publicar no site da Prefeitura, matéria sobre o assunto. Depois disso, pegamos nossa coisas no hotel, e seguimos para a estacao do trem e saimos por volta das 19 horas (21 no Brasil - 3 horas de diferenca) chegando a Ollantaytambo e seguindo de Van para Cuzco...Que trechinho danado....quase duas horas de van, e eu nos dos piores lugares, no meio dos assentos, banco duro e uma musiquinha infame de uma tal de Marisol, Rainha da Musica Tradicionalista do Peru, que a cada musica anunciava seu nome...E ahora com usteds.....MARISSOL....Mas tudo bem, chegamos a Cuzco, cansadissimos, porém realizados, O OBJETIVO DE NOSSA VIAGEM TINHA SIDO ALCANCADO. PERCORRIDOS 150 KM ENTRE VAN E TREM

14º DIA - 18 DE JANEIRO - QUARTA FEIRA

Motos na estrada novamente...Saimos de Cuzco em direcao a PUNO, cidade onde existe a comunidade dos UROS, que vivem no LAGO TITICACA, sobre armacoes de um junco chamado de TOTORA. Rodamos sobre os altiplanos peruanos, quase divisa com a Bolívia sem maiores problemas, A medida que as motos engoliam os kilometros, nós apreciavamos a paisagem digna de cartão postal.... Belíssima... este é um dos motivos de se viajar de moto. Voce nao só aprecia a paisagem, VOCE FAZ PARTE DELA..Chegamos a PUNO, uma cidade grande e cheia de moto taxistas que usam uma moto adaptada com cobertura e dois assentos na parte de trás... As vezes se encontra alguns com mais de cinco pessoas dentro. Nao sei como anda, pois sao todas motos pequenas de 125 e 150 cc. E TODAS CHINESAS. Um dos moto taxistas me disse qua pagam 4.000 Soles (moeda peruano), cerca de 3 mil reais...já prontinha para trabalhar. a cidade é cheia delas. Peganos um hotel EXCELENTE.... bom mesmo, a um preco também otimo, 70 dolares para os três... Ótimo cafe da manha, camas muito boas, porém uma coisa atrapalhou... A ALTITUDE... O Negão ficou acordado a noite toda. Nao conseguia dormir por falta de respiração... Alias nenhum de nós dormiu direito. O Selvagem tossiu a noite toda. Para mim também faltava a respiracao. So consegui dormir um pouco após mascar dois chiletes de coca e tomar um chá da folha. Foi terrivel. Mas enfim, mesmo assim passou a noite.... PERCORRIDOS 540 KM

15º DIA - 19 DE JANEIRO - QUINTA FEIRA

Levantamos cedo e fomos até o porto para pegar um barco e ir até as ilhas flutuantes dos UROS, uma familia ramificada dos INCAS que mora no LAGO TITICACA. O tempo estava bom e fomos tranquilo. De repente umas nuvens negras, cobriram tudo e veio chuva e granizo e muito frio. Isso tudo dentro do barco, que havia uma pequena cobertura. Visitamos as comunidades, ouvimos as explicacoes do guia local sobre como funciona as ilhas e compramos alguns produtos artesanais. O Luciano " Selvagem", já comprou tanta coisa para a família que acho que vai ter que alugar um "contaneir" para levar tudo....rsrsrsrs...já apelidamos também de "brimo" em cada parada uma compra...Saimos de PUNO por volta de 11 da manha, com direcao a TACNA, ultima cidade do Peru, quase divisa com ARICA. Existem dois caminhos para chegar até lá. Por Moquegua e por Desaguadero...Nos aconselharem vir por Moquegua, por ser mais direto, sem muitas curvas. E foi o que fizemos. E foi aí que o bicho pegou. A 4.800 msn, pegamos GRANIZO COM CHUVA, E NEVE...MUITA NEVE. A rodovia coberta de neve e ela caindo. UM MISTO DE MEDO E ADMIRACAO....pois a cordilheira dos ANDES com neve É FANTÁSTICA.. Só vendo pessoalmente para poder dar uma opiniao...O moto do Luciano.... falhando mas indo...indo...indo... Passamos por uma cidade chamada JULIACA...que...MEU DEUS ...o que é aquilo....uma cidade grande porém com um transito extremamente maluco....BURACOS E MAIS BURACOS EM TODO O CENTRO..E BAIRROS. Poeira, caminhoes, motos taxistas (MUITOS mesmo), pedestres, criancas defecando na rua..Olha gente, é inacreditável uma cidade assim...TERRIVEL...No trajeto a moto do Luciano teve que ser abastecida com o galao que ele leva sempre cheio, pois tem trechos de até 250 km sem combustivel. Com o trecho muito travado chegamos em Tacna no inicio da noite e conseguimos um HOSTAL bem proximo ao terminal de Onibus urbano da cidade. TACNA é uma cidade bonita, bem cuidada, com um povo até que bem vestido. Talvez pela proximidade com o Pacifico e bem proxima a Arica, no Chile, esta transformacao. Saimos para jantar no centro e depois ...cama...pois foi um dia bem dificil nas rodovias... PERCORRIDOS 440 KM....cruzando a Cordilheira com MUITO FRIO...CHUVA E NEVE

16º DIA - 20 DE JANEIRO - SEXTA FEIRA

Saimos de Tacna em direção à fronteira com o Chile. Estávamos sem grana chilena e precisávamos trocar os soles pela moeda moeda chilenas. Chegando na Aduana Peru/Chile, cujos tramites ultrapassou duas horas, com muito calor seguimos até Arica, que para o Luciano "Selvagem" é Itaparica, Akira, sei lá...vive trocando os nomes das cidades...Tacna por exemplo ele chamou de Lacta, e o pior, fala sério mesmo. rsrsrsrs...Bem, como disse antes precisávamos de dinheiro chileno e tivemos que entrar em Arica, para trocar ou sacar no banco. Antes de ir ao centro fomos até a COSTANERA...Para o Luciano molhar, pelo menos os pés no Oceano Pacifico, pois dizem que dá sorte a quem faz isso. Eu e o Marcos Bé ( O negão) já haviamos feito em 2010 em Vina del Mar...Luciano foi até o mar, tirou as botas e molho os pés. Tudo filmado e fotografado. Depois calçou a bota com os pés cheios de areia, típico de "motoqueiro selvagem". Após este ritual, seguimos ao centro para "arrumar" dinheiro. Foi muito difícil, mas chegamos até a praça central e após arrumar a grana...fomos almoçar....como já era tarde...e tínhamos um trecho difícil até San Pedro de Atacama no Chile, resolvemos sair no dia seguinte. Fomos jantar no calçadão central, onde existem muitos restaurantes e barzinhos na calcada, estilo Fricotes em Canoinhas. Musica nativa no calçadão...e MUITOS PUBS, MAS MUITOS MESMO....um do lado do outro....é uma barulheira infernal....mas muito legal.....pelo menos para nós, que vivemos os últimos dias com um povo bem diferente do visto atual. Uma coisa nos chamou a atenção na cidade...A quantidade de pedintes. A cada 10 minutos , alguém diferente vinha pedindo dinheiro, mostrando que a coisa não anda muito boa no Chile também. Os preços no Chile correspondem, mais ou menos, ao do Brasil, porém as bebidas são mais, caras .Voltamos ao Hotel para um banho....e quem disse que tinha água...NADA....sem banho e com muito barulho dos PUBs proximos ao hotel, não dormimos muito bem...mas enfim DESCANSAMOS....PELO MENOS ISSO... PERCORRIDOS APENAS 80 KM....

17º DIA - 21 DE JANEIRO - SÁBADO

Tínhamos muitos kilometros pela frente neste dia...Levantamos cedo com a espectativa de ter água no chuveiro...Havia voltado, porém POUCA E SOMENTE GELADA... Tomamos um banho de gato e caímos na rodovia PANAMERICAMO - RUTA 5 - ( esta rodovia liga o extremo sul do Chile até o extremo norte do Canadá...) em direção a SAN PEDRO DE ATACAMA ( Para o Luciano " Motoqueiro Selvagem) era São Joao do Atacama...trocou novamente o nome,,,hehehehe). Neste trajeto não há muitos Postos de Combustível, e por este motivo o Luciano teve que varias vezes abastecer com o galão de reserva...( três pelo menos....)pois sua autonomia normal é de apenas 140 km....as nossa motos, minha e do Marcos...chegam a 340 km....Tocamos Até Calama, dentro do Deserto do Atacama, e na saída da cidade, deparamos com um terrível acidente. Um carro tombado e quatro corpos próximos ao veiculo, já cobertos com lonas, e o transito fechado pelos Carabineiros de Chile...(Policia Chilena), tivemos que fazer um desvio e seguimos em frente. No caminho entre Calama e San Pedro do Atacama, a moto do Selvagem teve uma pane. Não sabemos se foi sujeira da gasolina, ou problemas de carburação. Luciano e o Marcos fizeram os reparos, pois eu estava um pouco a frente esperando ambos, e seguimos, chegando a San Pedro no iníio da noite...Paisagem incrível na rodovia e também no Valle de La Luna...próximo a cidade símbolo do deserto do Atacama...Arrumamos uma Hospedagem numa casa de uma senhora extremanente simpática e acolhedora, onde ficamos num quarto comunitário com mais algumas pessoas, sem TV, sem banheiro ( era fora do quarto), porém muito acolhedor e limpo. Bom...Estava tudo lotado na cidade... Aqui vem gente do mundo inteiro.... A cidade fica recheada de gente de todos os lugares....é muito bacana mesmo...Luciano e Marcos compraram o ingresso para o Vulcao El Tatio, onde tem os Geiseres...eu não comprei pois já conhecia de 2010 com o amigo Luiz. Uma van iria pegá-los as quatro da manhã do dia seguinte, pois os geiseres só vem à tona as 6 e meia da manha, e de San Pedro até lá são 100 km, sempre subindo...Vai até 4.500 msn...Após uma jantinha básica...e umas cervejas KUNTZMAN...originária chilena e fabricada em Valdivia....fomos ao berço... PERCORRIDOS 706 KM...por todo o Deserto do Atacama...com até 40 graus...

18º DIA - 22 DE JANEIRO - DOMINGO

Acordei com o motoqueiro selvagem, dizendo: Marcos...já são 6 horas...e a VAN e não vimos chegar a VAN...Bem, perderam 20.000 pesos cada um....e não irão conhecer os geiseres....Levantamos, o Luciano fez um gostoso chimarrão. No local tem cozinha e tudo que se precisa...Muito boa....não tem café da manha...fomos num bar tomar café e vimos que era muito caro....passamos numa mercearia...compramos pão, presunto, queijo, nescafé, suco e voltamos a hospedagem e pelo preço do café de um só, gastamos para os três para dois dias....Bom economizar também....Após o café, saímos para olhar a cidade e como estávamos muito cansados, resolver ficar por ali mesmo, na pousada. Compramos carne, arroz, salada e fiz o almoço. Coisa que gosto realmente gosto de fazer. O Negão lavou a salada e o Luciano, lavou a louça. Conhecemos um casal de chilenos que moram em Santiago, e ficamos a tarde toda conversando, tomando cerveja e escutando música na caixa de musica emprestada pelo Cauê, filho do Luciano. Chegaram mais pessoas na pousada, e nosso quarto COMUNITÁRIO lotou. No meu beliche, na parte de cima, dormiu um argentino mascate, que não parava quieto. E como a cama era de ferro, rangia pra caramba, não dormi direito. Mas enfim, tudo isso faz parte. Neste dia... MOTOS PARADAS.

19º DIA – 23 DE JANEIRO – SEGUNDA FEIRA

Acordamos cedo, pois tínhamos que fazer a Aduana chilena em São Pedro do Atacama e seguir para o Paso de Jama na Argentina. Tomamos o resto do café que havia sobrado do dia anterior e fomos abastecer no único posto da cidade. Lá chegando deparamos com uma longa fila de carros e caminhões. Enquanto esperávamos, conhecemos um simpático casal que estava com uma Suzuki Boulevard 1500, o Luiz e Lindalva, da cidade de Itararé(SP). Após uma hora de espera, seguimos para a aduana chilena. Mais uma hora de espera para os trâmites, pois havia muita gente em função do fim de semana, que lotou San Pedro do Atacama. Seguimos em frente tocando 160 km até a Aduana Argentina, no Paso de Jama. Lá chegando os policiais argentinos, sempre arrogantes e as vezes até mal educados, recolheram nossos passaportes para fazer a imigração. O Luiz entendeu e eu escutei o policial mandar ir em frente sem fazer a aduana( registro da passagem do veiculo). Resultado, outro policial, barbudo e mal encarado, “me pediu” que fosse até o posto de combustível “buscar” O Luiz para fazer a aduana. Depois disso, até ficaram simpáticos e nos liberaram rapidamente. Começamos o trecho de subida da Cordilheira dos Andes, no lugar chamado Grande Montanha, que chega a 4.900 msn. Como eu sabia que havia gasolina em Susques, 100 km a frente de Jama, não abasteci minha moto. Chegamos a Susques e a primeira surpresa na ARGENTINA... NÃO HAVIA COMBUSTÍVEL. A Argentina está sem combustível em quase todo o pais, e o pior...O PREÇO MAIS ALTO DA VIAGEM...7,90 PESOS....ALGO EM TORNO DE 4,30 REAIS, pelo cambio que fizemos....Eu ainda tinha gasolina, mas não dava pra chegar em San Salvador de Juy Juy. Quando chegamos no cume da Cordilheira, eu e o Luciano fomos obrigados e pedir um pouco de gasolina ao Luiz, que em sua moto conseguia colocar 50 litros, 20 no tanque normal e trinta no tanque alternativo....Foi a salvação...Em cima da cordilheira, muito frio e muita neblina. Sem neve. Reabastecemos e descemos até a cidade de Purmamarca, cidade muito parecida com San Pedro do Atacama, histórica e toda construída com pedra e barro. Achamos uma pousada boa e com bom café da manhã. Saimos para jantar uma pizza, botar o papo em dia, ver fotos....e depois caminha...pois ninguém é de ferro.... PERCORRIDOS 420 KM

20º DIA – 24 DE JANEIRO – TERÇA FEIRA

Estávamos em ritmo de retorno, já com saudades da família, dos amigos, de nossas cidades. Afinal quase 20 dias fora. O Luciano conseguiu em Purmamarca, uns litrinhos de gasolina para chegar a Juy Juy, e eu pela segunda vez “emprestei” mais dois litros do Luiz, com a sua MOTO TANQUE...abastecendo todo mundo...Partimos para San Salvador de Juy Juy, com a esperança de parar no primeiro posto e encher os tanques. ILUSÃO....sem gasolina....fomos em outro....NADA....e a gasolina acabando....num outro...e também nada....Por indicação de um taxista, tivemos que ir até o centro onde achamos um que tinha combustível mas não aceitava cartão. Sorte que havia um banco próximo para sacarmos moeda argentina.....pois já não tínhamos quase nada...( Ah e aqui vai uma dica. É preferível vc sacar em banco com cartão de sua conta, do que trocar na aduana. Os caras te esfolam...mesmo pagando a taxa que o banco cobra pelo saque é mais vantajoso...). Com dinheiro na mão e tanque cheio...Pé na estrada, lá vamos nós outra vez...Destino....? Sei lá....vamos ver....Passamos por um grande salar, com sal por todos os lados da rodovia, parecia neve....e vamos indo, indo, indo....Encontramos pelo caminho vários motociclistas que também estavam com problemas de combustível.( Mas isso SÓ NA ARGENTINA) e passamos as dicas onde tinha....e durante este trajeto, parávamos só para abastecer e acelerador atochado. Seguimos até uma cidade cujo nome é bem animador, PAMPA DEL INFIERNO...rsrsrs...e conseguimos um hotel até que aceitável, mas sem café da manhã. Neste trecho tivemos sorte, pois normalmente na região do Chaco é muito calor, e neste dia estava bem nublado, sem chuva e até certo ponto bom de viajar. Nesta noite, pela primeira vez na viagem, consegui comer um frango e macarrão. Estava muito bom. Bom atendimento e tomamos cerveja, acreditem, BRAHMA...pois agora a Ambev domina no país dos Hermanos.Após dormimos o sono dos justos.... PERCORRIDOS 700 KM....ufa....

21º DIA – 25 DE JANEIRO – QUARTA FEIRA

Depois que encontramos o casal Luis e Lindalva em San Pedro de Atacama, a viagem rolou um pouco diferente do que estávamos fazendo. O casal havia ido a Machu Picchu, como nós, mas por outro caminho. Entraram na Bolivia por Corumbá. Diferente porque tínhamos agora no grupo uma mulher, e sabe como é, tendo uma mulher é preciso maneirar no palavreado, nas piadas, etc. Mas abro um parênteses para falar da Lindalva. Cara que mulher decidida, forte. Em momento algum a vi reclamando de distância, de calor, de frio...de nada. Olha, é difícil uma caroneira assim. Nota 10. Além do que sempre tinha uma bolachinha, para amenizar a fome nas paradas de combustível. Bem, vamos em frente. Saimos de PAMPA DEL INFIERNO e em comum acordo decidimos entrar no Brasil pelo Paraguai. Tínhamos um certo receio, porém um dos motociclistas que encontramos, nos disse que estava tranquilo. Havia postos, comida, as estradas estavam boas, etc...nos animamos e fomos até a cidade de Resistencia, junto a Corrientes e pegamos a esquerda para ir até Assuncion. Tocamos até a cidade de General Mansilia paramos num posto para abastecer...e tinha gasolina....SÓ QUE NÓS NÃO TÍNHAMOS DINHEIRO ARGENTINO. O Que sacamos em Juy Juy havia acabado. Bem, contando mais uma vez com a segurança do MOTO TANQUE do Luiz decidimos seguir até FORMOSA, onde certamente haveria posto que aceitasse cartão...Antes fomos até a conveniência do posto e com os poucos pesos argentinos ( DE TODOS) conseguimos comprar dois sacos de batata e dois refrigerantes...Só isso....o dono da conveniência ofereceu vários lanches, mas cadê o dinheiro...Ele não aceitava cartão...Então aconteceu o melhor...o dono vendo nossa “fome” em trucidar aqueles dois sacos de batatinha, nos trouxe de “regalo”.....5 empanadas de carne.....uma prá cada...e frisou bem...Deixem uma para a senhora que está lá fora....Comemos aqueles pastéis com gosto....Foi a salvação da lavoura.... agradecemos a oferta do argentino, que inclusive morou tempos no Brasil e fomos em frente, até Formosa...onde abastecemos com cartão....e tocamos até a fronteira da Argentina com o Paraguai, na cidade de Clorinda. Tínhamos alguns reais que trocamos por guaranis, fizemos a Aduana e ...mais estrada até Assuncion, Paraguai...e aí veio a boa surpresa....Chegamos na capital paraguaia, e quando íamos até o centro para arrumar um hotel, fomos abordados por um motociclista que faz recepção a turistas e levou-nos a um hotel excelente a um preço muito bom. Era o Hotel Internacional, 4 estrelas. E o preço? R$ 56,00 por pessoa. Só o café da manhã já valeu o preço. Estava muito calor, e fui para a piscina no último andar do prédio, com visão total para a cidade. Show de bola. Tomamos um banho e saímos para jantar numa churrascaria que havíamos visto na chegada. Era um local muito bacana, de propriedade de um brasileiro, e neste dia havia só brasileiros no lugar. Estudantes de pós graduação lotaram o ambiente e o dono apresentou um show musical paraguaio muito bom. No final acabei “ganhando” o jantar, numa aposta com o amigo Luiz. Tomei umas Budweiser e disse que ia cantar no palco. Ele duvidou que e adivinha o que aconteceu. Cantei Galopeira, e....ganhei o jantar....estava muito bom. Ficamos até meia noite e voltamos para dormir. De Assuncion a Canoinhas aproximadamente 1.000 km...era a reta final de nossa viagem. PERCORRIDOS 580 KM

22º DIA – 26 DE JANEIRO – QUINTA FEIRA

As motos dormiram no Salão de Festa do Hotel ( até para as motos tratamento 4 estrelas... rsrsrsr). Depois do EXCELENTE CAFÉ DA MANHÃ, arrumamos as bagagens e saímos para ver se conseguíamos um pneu dianteiro para a moto do Marcos (Negão), pois desde que encontramos com ele no Mato Grosso, seu pneu já estava meia boca. Pegamos novamente a estrada, que aliás estava muito boa, apesar do grande movimento na saída de Assuncion, com destino a Ciudad del Este e Foz do Iguacú. Confesso que não conhecia Ciudad del Este, entrando pela Rodovia quem vem de Assuncion. Conhecia somente a parte próxima a Ponte da Amizade, e olha me surpreendeu. È uma cidade grande, com muitas avenidas e muitos negócios acontecem na parte norte da cidade. Procuramos o pneu e não achamos a medida. Compramos dois HD externos, um para o Luiz e outro para o Luciano, e quando chegamos no hotel e Foz, nenhum dos dois funcionava. Tinha que ir novamente no Paraguai para destrocar um pegar o dinheiro de volta. Nos hospedamos no hotel Ilha de Capri, já conhecido de todos e fomos até a piscina para uma pizza e algumas cervejas e águas....Esta era a última noite que nós 4 passávamos juntos. No dia seguinte, eu e o Luciano para Canoinhas(SC), o Marcos para Brasília e Luiz e Lindalva para Itararé(SP). PERCORRIDOS 350 KM

23º DIA – 27 DE JANEIRO – SEXTA FEIRA

Pela manhã, nos reunimos em frente ao hotel em Foz para as despedidas. Todos estavam com saudades de casa, da família, amigos, dos cachorros (Luciano)..afinal foram 23 dias longe de casa. Algumas dificuldades, longos trechos, muito calor e também muito frio. Neve, granizo, muita chuva, visões magnificas da paisagem da América do Sul, bons atendimentos, outros nem tanto...mas estávamos terminando nossa expedição. Faltavam, para eu e Luciano, apenas 650 km, para o Marcos mil e tantos e para o casal Luiz e Lindalva, 550 km...Nos despedimos e...PÉ NA ESTRADA....lá vamos nós outra vez...Pegamos a 277 até Santa Tereza e entramos para pegar até União da Vitória e Canoinhas... Chegando perto da Usina eólica próxima a Palmas a gasolina do Luciano acabou novamente, bem próximo a um posto ( 2 km), mas ele tinha de reserva no galão. Abastecemos e tocamos, chegando em Canoinhas por volta das 19:30 h. Passamos na janta do pessoal da APICA, tomamos um copo de cerveja e fomos até a AABB, onde familiares e alguns amigos nos esperavam. Abraços, muitos abraços, beijos nas crianças e o relaxamento total... Estávamos em casa....Cansados, muito cansados, mas extremamente felizes pelo sucesso de nossa viagem. Nenhum acidente, nenhum policial nos parou em trecho algum. Correu tudo 100%. Agradecemos a todos que acompanharam nossa empreitada nesses 9.600 km, e a Deus pela proteção que tivemos. Até a próxima se ELE quiser, e há de querer.

Relato: Jacson Padilha

Contato: jacsoncanoinhas@gmail.com

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