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Paixão, aventura e adrenalina esse é o meu nome verdadeiro. No auge dos meus cinquenta e um anos, me dou conta de uma vibração intensa que ainda corre em minhas veias: a paixão pelo motociclismo. Minha alma encontra significado quando ponho o pé na estrada e percebo o mundo de diferentes ângulos e maneiras.
Adquiri minha primeira companheira de viagem, uma ZUNDAP -100cc - alemã, aos dezesseis anos, na extinta Casa Anglo Brasileira (Mappin) e nunca mais parei de andar de moto.
Muitas emoções foram vividas: as tardes no Ibirapuera, as noites na rua Augusta, os rachas na cidade universitária até ingressar no Moto Clube Pegasus onde participei de vários encontros por todo o Brasil, de norte a sul. Fiz muitos amigos.
Entre tantas viagens que realizei, ressalto a que percorri parte da América do Sul (Paraguai; Argentina; Chile e Peru).
Após um ano, estudando roteiros, planejando os melhores caminhos e preparando as motos, eu e um irmão do Moto Clube, resolvemos encarar esse desafio em janeiro de 2006. Partimos juntos, porém quando estávamos percorrendo a Argentina, meu amigo, por motivos de força maior, teve que declinar da viagem.E então, resolvi sozinho trilhar o meu caminho. Uma jornada interior que me traria como resultado uma experiência Ãmpar. Foram dias maravilhosos. Pelo trajeto paisagens enebriantes e exóticas. Temperaturas que variavam de um frio intenso a um calor insuportável (árido e desértico). Mas como já dizia o grande poeta português, Fernado Pessoa: Tudo vale a pena se a alma não é pequena. E com essa inscrição dentro do meu coração, fui encontrando as variedades ambientais e também as humanas, seus costumes; hábitos e culturas diferentes da minha. Nem melhor e nem pior, só diferente. surge aÃ, dentro de mim o respeito pela individualidade.
Na minha opinião, o que o motociclismo traz de mais importante é o sentimento de agrupamento; de coesão; de integração com o mundo e com o planeta. O mundo vibra e os motociclistas estão comprometidos com essa frequência. E esse sentimento me fez continuar a viagem. Deus estava comigo. E tudo o que vivi foi um presente divino.
Entrei pelo Paraguai, sentido a Assunção. Passei por Salta, na Argentina em direção a Paso de Jama, provÃncia de Jujuy (divisa entre a Argentina e o Chile). Visitei o Deserto de Atacama e posteriormente fui para o Peru onde passei por cidades como Tainá. segui por Cuzco e finalmente por Macchu Picchu.
Em Paso de Jama, gostaria de ressaltar uma experiência muito enriquecedora para mim. Logo após ter enfrentado, a 4500 metros de altitude, uma tormenta de chuva de granizo que me fez parar, por conta da má visibilidade, tive uma agradável surpresa: encontrei um brasileiro, do Rio Grande do Sul, chamado Antonio, motoboy com sua moto 125 cc e nela uma única modificação - um tanque de gasolina improvisado e amarrado ao banco do passageiro. Esse é o cara - pensei. Passei um ano planejando todos os detalhes da viagem e o irmãozinho ao meu lado com a cara, a coragem e mais alguns litros de gasolina me fez repensar sobre como complicamos a vida.... Sua simplicidade me comoveu e me fez lembrar das cenas do filme: Diário de uma motocicleta que conta a história de Che Guevara e seu amigo pelos Andes com a mesma precariedade de recursos técnicos que Antonio estava se deparando. Mas isto, não os impediu de viver tudo o que estava escrito. Assim foi comigo e com o meu mais novo amigo de jornada.
Seguimos juntos para São Pedro de Atacama até atingirmos a região dos gêisers ( é uma nascente termal que entra em erupção periodicamente, lançando uma coluna de água quente e vapor para o ar. Esses jatos podem atingir até oitenta metors de altura e apresentar temperaturas de 70C a 100C).
Infelizmente, Antonio não poderia seguir comigo para Macchu Picchu,pois suas férias estavam encerrando e seus compromissos no Brasil o esperavam. Segui sozinho minha viagem para M. Picchu. Vivi intensamente tudo o que me propus nessa viagem, mas esse irmaozinho não me saiu da cabeça. Eu com toda a estrutura e parafernália e ele com sua moto 125 e sua simplicidade...e conseguiu chegar a seu objetivo.
Ao chegar ao Brasil, fiquei pensando porque o Antonio e outros motoboys como ele não poderiam ter o seu motoclube!
Após retornar de viagem, muitas coisas mudaram na minha vida ( esse é um outro capÃtulo dessa estória). Acabei saindo do Moto Clube Pegasus e ingressei no Moto Clube Patriota. Amadureci a idéia e por fim resolvi montar o Moto Bode Grupo, grupo destinado aos motoboys, com o objetivo de dar suporte e apoio a essa classe tão mal compreendida. Além do que, teremos a chance de quebrarmos paradigmas e preconceitos, estreitando laços entre os irmãos motociclistas e motoboys. Afinal, a paixão é a mesma: a estrada.
Talvez algumas lapidações sejam necessárias bem como a disposição interna de nos enxergarmos como uma verdadeira irmandade.
Muita estrada e cabo para todos os irmãos,
Integrantes | 1 |
Presidente | Walter Dias |
Fundação | 13/07/2009 |
Telefone | (11) 7904-3432 (Waltinho) |
Reuniões | Point todas as sextas a partir das 19:00 |
Endereço | Rua Labatut, 17 |
Site | http://motobode.wix.com/motobode |
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