Notícias

Mercado

Descubra se vale a pena pagar mais pela Honda Africa Twin Adventure Sports

Versão 'aventureira' da bigtrail tem tanque maior e mais equipamentos; preço parte de R$ 64.990


Arthur Caldeira

Infomoto

24/09/2019 10h58

Já de longe, a Honda Africa Twin Adventure Sports chama a atenção pelo seu porte imponente e sua roupagem tricolor. As barras protetoras que envolvem o quadro e o tanque maior (com capacidade para 24,2 litros) denunciam que a nova versão da bigtrail foi projetada para uma longa viagem, seja pela estrada ou fora dela.

Os grafismos – e até o nome – da Adventure Sports são uma homenagem à primeira Africa Twin de 1988. Apesar das óbvias semelhanças visuais e, digamos, intelectuais, o modelo 2020 é moderno, com todos os componentes eletrônicos necessários, incluindo controle de tração com sete níveis de ajustes, além de quatro modos de pilotagem (estrada, cidade, off-road e personalizadas) que vieram junto com o acelerador eletrônico. Novidades também incorporadas no modelo standard, vale dizer.

Equipada com para-brisa mais alto, assento diferenciado e aquecedor de manopla de série, a nova versão Adventure Sports, que chegou ao país em agosto, custa a partir de R$ 64.990 e vem brigar de frente com outras bigtrails, digamos, mais completas, mas sem perder seu DNA off-road, um dos diferenciais da Africa Twin.

Afinal, a bigtrail japonesa é uma das poucas do segmento a ter roda aro 21 na dianteira, uma configuração que faz muita diferença para pilotar no fora-de-estrada, como a região da Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso, onde tivemos o primeiro contato com a nova versão.

Assento bem alto

Ao montar na Adventure Sports já se pode notar as diferenças. O assento, além de reto, fica a 92 cm do solo – contra os 87 cm do modelo standard – o que dificulta a vida de quem, como eu, tem 1,71 m. O tanque maior e mais largo complica ainda mais apoiar os pés no chão.

O assento alto é fruto das suspensões específicas da versão aventureira. O garfo telescópico invertido na dianteira tem 252 mm de curso – mais de 20 mm a mais do que a standard e o maior da categoria -, enquanto o monoamortecedor traseiro conta com 101 mm de curso. Números que, na prática, se traduzem em uma suspensão que absorve com facilidade buracos e, pelo menos durante o teste, não chegaram nem perto do fim de curso.

Outra vantagem é que a distância livre do solo passou dos convencionais 251 mm para 271 mm, o que evita topadas em pedras e obstáculos. Mas, caso isso aconteça, o grande protetor de cárter em alumínio, item de série na Adventure Sports, vai proteger o motor.

Em geral, a Adventure Sports vai muito bem na terra. A parte ciclística "quase" ignora buracos, pedras e morrinhos, enquanto o bom torque do motor e a eletrônica ajudam a controlar a bigtrail. Mal se nota os 8 kg a mais da Adventure Sports (224 contra 216 kg a seco) e a gasolina extra que vai no tanque maior. Com 24,2 litros e média de 18,9 km/litro, a autonomia da versão supera os 400 km com facilidade.

Vale ressaltar que a unidade avaliada estava calçada com os bons pneus de uso misto Metzeler Karoo 3, que tem generosos cravos, e vão bem melhor do que os originais Dunlop.

Motor e eletrônica

Além dos pneus, a nova eletrônica da Africa Twin 2020, presente na versão Adventure Sports, ajuda a pilotar na terra. A adoção do acelerador eletrônico deu mais precisão às respostas do motor e permitiu à Honda incluir quatro modos de pilotagem no modelo: Touring (estrada), Urban (cidade), Gravel (off-road) e User (personalizável). Os modos têm níveis pré-ajustados de entrega de potência, freio motor e controle de tração – mas este último pode ser ajustado até mesmo em movimento.

A melhor configuração que encontrei para o rodar nas estradas de terra da Chapada dos Guimarães foi a Gravel, mas diminuindo bastante o controle de tração e até mesmo desligando em alguns trechos com areia. Aliás, para rodar na areia, é fundamental desligar o controle de tração.

Com respostas mais precisas e instantâneas do acelerador eletrônico, o bicilíndrico de 999,1 cm³ entrega bastante torque desde os baixos giros, permitindo derrapar a roda traseira na terra com bastante controle e confiança. Já a potência, reduzida de 90,2 cv para 88,9 cv a 7.500 rpm em função das leis brasileiras de emissão de ruídos, é o suficiente para manter velocidades acima das permitidas na estrada.

E por falar em estrada, de asfalto, a Adventure Sports tem um para-brisa maior, que protege mais o piloto, e ainda vem com aquecedor de manopla de série – item inútil no calor do centro-oeste, mas que vai servir para aqueles que atingirem as altitudes na Cordilheira dos Andes. O assento, também se mostrou mais confortável do que o do modelo standard.

No cockpit, um novo painel – totalmente digital – que traz bastante informações, mas, às vezes, é difícil de se enxergar sob o sol. Por outro lado, com o cair da tarde se iluminava e tornava-se mais fácil de visualizar.

Mas vale a pena?

Feita para ser uma versão mais equipada da Africa Twin, a Adventure Sports cumpre bem seu papel – e homenageia com louvor o primeiro modelo da bigtrail da marca japonesa. Com mais autonomia e conforto, além de alguns itens de série, como o protetor de motor, de cárter e de mão, a Adventure Sports vale a pena se você realmente pretende fazer longas viagens com a Africa Twin. Principalmente pelos 5,4 litros a mais no tanque, que podem garantir mais 100 km de autonomia.

Sem falar que a diferença de preço entre a Africa Twin Standard (R$ 57.990) e a Aventure Sports (R$ 64.990) não seriam suficientes nem mesmo para comprar os acessórios extras da versão mais aventureira.

Mas antes de decidir, leve em consideração o seu uso, afinal a Adventure Sports é mais alta e pesada. Se for para viagens pelo Brasil e um uso mais pesado no fora-de-estrada, eu optaria pelo modelo standard, que é mais baixo e leve.

Ficha Técnica

Motor

Tipo 4 tempos, com dois cilindros paralelos e refrigerado por líquido

Distribuição 4 válvulas por cilindro, virabrequim a 270° e sistema Unicam

Capacidade 999,1 cm³ Diâmetro x Curso 92,0 x 75,1mm

Potência Máxima 88,9 cv a 7.500 rpm

Torque Máximo 9,5 kgf.m a 6.000 rpm

Embreagem Úmida, multi-discos

Câmbio Seis marchas

Transmissão Final Corrente selada por O-rings

Ciclística

Quadro Semi-duplo berço em aço, com sub-quadro traseiro integrado, também em aço

Suspensão dianteira Garfo Showa invertido de 45 mm, tipo cartucho, com ajuste de pré-carga em compressão e retorno com 252 mm de curso

Suspensão traseira Balança em alumínio fundido com amortecedor traseiro e reservatório de gás separado com ajuste em compressão e retorno e 101 mm de curso

Roda Dianteira Aro de alumínio com raios 21x 2,15

Roda Traseira Aro de alumínio com raios 18 x 4,00

Pneu Dianteiro 90/90-21 com câmara

Pneu Traseiro 150/70-18 com câmara

Freio dianteiro Dois discos flutuantes de 310 mm, pinças radiais de 4 pistões + ABS

Freio traseiro Disco flutuante de 256 mm com pinça de 1 pistão + ABS comutável

Dimensões (C x L x A) 2334 mm x 932 mm x 1.569 mm

Distância Entre Eixos 1.581 mm

Altura do assento 920/950mm

Altura livre ao Solo 271 mm

Peso a Seco 224 kg

Preço R$ 64.990 (Adv Sports) e R$ 69.990 (Adv Sports Travel Edition)

Notcias relacionadas

Suzuki GSX-8T e GSX-8TT: O Retorno dos Clássicos Modernos com Estilo Retro

Dicas Imperdíveis para Motociclistas

Nova cor do modelo Zontes R350 chega ao Brasil

Novidades! Kawasaki Versys 1100 SE Grand Tourer 2026

Antecipando novidades! Kawasaki apresenta a nova Ninja ZX-4RR no Brasil: performance extrema em um quatro cilindros de 400cc

Yamaha MOTOROID2 ganha o prestigiado prêmio de design Red Dot

Festival Interlagos 2025: Seis Motocicletas Inovadoras que Prometem Agitar o Evento

A Nova Era da Mobilidade: 2W Motors Apresenta a Vespa e Piaggio no Brasil

A Revolução Sobre Duas Rodas: A BMW R 1300 GS Adventure Chega ao Brasil!

CADASTUR: A Importância da Regulamentação no Turismo

Mototour - Seu portal em duas rodas, Motos, Encontros de Motociclistas, Moto Clube e muito mais...

Todos os Direitos Reservados