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Marcas paralisam atividades em Manaus por causa do Covid-19
Roberto Dutra
Honda, BMW e Yamaha anunciaram a paralisação das atividades em suas fábricas de Manaus devido à pandemia do Coronavírus Covid-19. A Honda e a BMW já não estão operando hoje, e a Yamaha marcou o início da parada para amanhã, dia 31. A Honda diz que deve retomar as atividades no dia 13 de abril, mas admite que esse prazo pode ser adiado para uma semana depois, dia 20 de abril. Os funcionários envolvidos no processo produtivo entraram de férias coletivas e os da parte administrativa, também em férias ou home-office. Aqueles cujas atividades são imprescindíveis e não podem ser realizadas à distância foram mantidos em contingente mínimo, com as medidas de prevenção recomendadas pelas autoridades.
Na BMW, a data prevista é dia 23 de abril. A marca aplicou medidas similares e outras ações para aumentar a proteção dos funcionários, como cancelamento de viagens, proibição de aglomerações dentro da fábrica, áreas administrativas em sistema de home-office e intensa comunicação sobre higienização e formas de evitar a contaminação e a propagação do Covid-19. Já a Yamaha pretende retomar as operações no dia 19 de abril. A empresa aplicou as mesmas medidas básicas e cancelou alguns eventos e ações, externos e internos, que estavam previstos.
Todas essas paralisações já foram amplamente divulgadas e, naturalmente, poderão interferir no planos das fabricantes no que se refere a volumes de vendas para este ano. Mas nenhuma dela arriscou rever projeções, até porque a queda ou a interrupção da produção em prazos relativamente curtos podem ser compensados posteriormente, com aumento nas atividades.
Da mesma forma a Abraciclo - entidade que reúne os fabricantes de motos - também não informou nenhuma revisão de projeção - o que deve acontecer nos próximos dias. Mas o fato é o ano de 2020, que até havia começado promissor para o setor, deve sofrer um baque. A Abraciclo projetava, no primeiro bimestre, o significativo crescimento de 6,1% na produção de motos do país em comparação à do ano passado - em torno de 1.175.000 motocicletas.
O segmento andava otimista e, aqui no Rio, teve dono de concessionária me dizendo que esperava crescimento tão relevante nas vendas que até pretendia contratar mais funcionários. Agora, provavelmente nada disso vai acontecer. Com as pessoas em casa, a economia estagnada e perspectivas ainda sombrias - pelo menos até o meio do ano - o setor de motocicletas provavelmente terá que esperar até 2021 para conseguir, finalmente, a almejada recuperação que persegue há anos.
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