Flecha do presente Yamaha XVS 950 Bolt

A japonesa Yamaha aproveitou a enorme concentração de motos para as festividades e competições do tradicional encontro anual Bike Week, realizado há 72 anos, na primeira semana do mês, em Daytona, Flórida, Estados Unidos, para apresentar o novo modelo XVS 950 Bolt. O local, estrategicamente escolhido, reúne uma das maiores concentrações de modelos custom do planeta e não poderia ser melhor vitrine para a nova Bolt, com formas escancaradamente baseadas nas americanas Harley-Davidson. A intenção é cativar o consumidor ianque, usando as mesmas armas da inspiradora, com um motor de dois cilindros em V, refrigerado a ar, e visual clonado da linha Harley Sportster 883, com a qual pretende duelar.

A estratégia fica mais evidente na decoração. O nome Yamaha foi solenemente ignorado, para ser substituído pela designação de batismo, Bolt, e pela linha que passa a integrar, a V-Star, para propositalmente ser confundida com as legítimas americanas.

Uma tática que não é exclusividade, mas amplamente usada por toda a concorrência para agradar às peculiaridades do mercado americano. Para dar formas à nova XVS 950 Bolt, a Yamaha, entretanto, recorreu a outro modelo do segmento. O motor é o mesmo que equipa a XVS 950 Midnight Star, que é importada oficialmente para o Brasil, o que facilitaria o seu desembarque aqui também, embora o foco, por enquanto, seja só os Estados Unidos, aonde chega em julho, já como modelo 2014.

MOTOR A tradicional arquitetura de dois cilindros em V foi respeitada. O motor, com 942cm³ de cilindrada e inclinação de 60 graus, tem quatro válvulas por cilindro e injeção eletrônica. A potência é de 54cv a 6.000rpm, mas o torque, principal parâmetro neste segmento, é de 8,2kgfm a apenas 3.000rpm. Uma característica muito apreciada, que permite ao piloto rodar em baixas velocidades, com muita força à disposição, em qualquer uma das cinco marchas do câmbio. A transmissão final por correia dentada, que dispensa manutenção, em vez da tradicional corrente.

A parte técnica tem receitas tradicionais. A suspensão dianteira é telescópica convencional, não invertida, com tubos de 41mm de diâmetro e 120mm de curso. A suspensão traseira tem duplo amortecedor, com 70mm de curso e cinco posições de regulagem. O freio dianteiro tem disco único, estilo margarida perfurado, com 298mm de diâmetro, mesma medida do freio traseiro. O quadro é em tubos de aço. O escape tem saída horizontal e baixa, exatamente como nos modelos de origem americana. O banco, estilo selim, também obedece ao estilo e fica a 690mm do chão, facilitando o embarque e desembarque.

Os freios são a disco, com mesma medida para as duas rodas

ESTILO O modelo segue o conceito estético conhecido como velha escola (old school em inglês), que incorpora um visual mais retrô, que lembra as motos das décadas de 1940 e 1950. Entretanto, várias modernidades foram introduzidas, em nome da segurança e dos avanços tecnológicos, como as rodas de liga leve, painel inteiramente digital e a lanterna traseira em LED. Uma mistura capaz de provocar a ira nos puristas, embora conserve a essência para grande parte dos consumidores, como tanque e farol arredondados, assim como o painel, com um “relojão�, de formato circular.

O próprio nome Bolt, que significa flecha (usado nos gestos comemorativos de vitória do badalado velocista jamaicano Usain Bolt), dardo ou raio, sinaliza intenções mais contemporâneas para o modelo, que tem entre-eixos de 1.570mm, 115mm mais curta que a Midnight Star, da qual é derivada, o que a deixa mais ágil. Para quem quiser ainda mais modernidade, a Yamaha também oferece a versão Bolt R, com decoração exclusiva, banco com nova textura e suspensão traseira com amortecedores com reservatório de expansão de gás. Os pneus ficaram mais finos em relação ao modelo Midnight Star 950. Na dianteira, medida de 100/90, com aro de 19 polegadas de diâmetro, e na traseira, 150/80 com aro de 16 polegadas de diâmetro. O peso em ordem de marcha ou abastecida é de 247kg, e o tanque de combustível comporta apenas 12 litros.