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Nova Street Bob pesa 297 kg e deve ser uma das Softail mais "em conta" (Foto: Divulgação)

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Harley-Davidson 2018 estão mais fortes e melhores nas curvas

Redesenhada do zero, nova linha Softail recebe chassi mais leve e motor maior de 1.753 cm³ com quase 15 kgf.m de torque. Modelos chegam ao Brasil em dezembro


Arthur Caldeira / Agência INFOMOTO, de Seva (Espanha)*

Infomoto

09/10/2017 10h34

Quadro inédito, suspensões melhores, motor mais forte e um visual repaginado. Ou seja, tudo novo. Assim podem ser resumidas as mudanças que a Harley-Davidson fez em sua linha de cruisers. O maior projeto de pesquisa e desenvolvimento da história da marca deu vida a família Softail 2018 que, exceto pela nomenclatura, é nova dos “pés à cabeça”.

Esqueça tudo o que você sabia sobre as famílias Dyna e Softail, que não existem mais. “Criamos uma plataforma única, porém com estilos completamente diferentes, mas não apenas no visual, mas também no comportamento e na proposta”, afirma Paul James, gerente de portfólio de produtos da Harley-Davidson.

A peça chave da nova família é o quadro, que serve de base para os oito modelos Softail. Tubular e feito em aço carbono é 65 % mais rígido quando comparado ao antigo layout. “O grande desafio foi criar uma peça nova, mas sem interferir no clássico visual das Softail”, revelou Corey Wilson, líder do projeto da nova família que durou três anos e meio para ser concluído.

Para manter o estilo “rabo duro” das antigas Harley, as novas Softail são caracterizadas por uma linha diagonal que vai da coluna de direção ao eixo traseiro. Se visualmente o resultado é o mesmo, do ponto de vista estrutural as mudanças são enormes. Ao invés de dois amortecedores traseiros “escondidos” sob o motor como no antigo chassi, as novas Softail têm apenas um amortecedor localizado sob o banco na linha 2018.

Segundo Wilson, as novas motos nem deveriam se chamar Softail, pois não têm nada a ver com as antigas. “Mas depois de muita discussão e sugestões, mantivemos o mesmo”, revela o engenheiro.

O chassi é completado por duas novas balanças traseiras – que variam de acordo com a largura do pneu escolhido para o modelo – e três inclinações diferentes da coluna de direção. O padrão são 30 graus, em modelos mais clássicos, como a Heritage Classic e Deluxe; 28 graus que faz da nova Fat Bob mais agressiva também nas curvas; e por fim, 34 graus no alongado garfo da Breakout. O resultado é um chassi até 8,16 kg mais leve do que o anterior.

Fixado a esse novo quadro está o motor Milwaukee-Eight, lançado no ano passado. Com dois cilindros em “V” a 45°, 1753 cm³ de capacidade, tem eixos contra-balanceiros para reduzir a vibração e oito válvulas que melhoraram seu desempenho.

Menu degustação

No lançamento da nova família para a imprensa mundial na Espanha, a Harley selecionou quatro motos para avaliação. “Escolhemos modelos de diferentes estilos e com ciclísticas distintas”, foi a justificativa de Paul James para a ausência da emblemática Fat Boy. Ao invés da Softail mais vendida no mundo, Heritage Classic, Street Bob (ambas com a inclinação padrão de 30°), Breakout e Fat Bob formavam o menu degustação das novas motos.

A evolução nos modelos é percebida logo ao montar na moto: todas estão claramente mais leves. Antes de dar partida, uma pequena melhoria, que passa despercebida do extenso material de marketing, é a facilidade para recolher o descanso lateral, que também está mais leve e fácil de ser alcançado. A primeira que pilotei foi a Heritage Classic.

Com 17 kg a menos do que o modelo anterior, a clássica Softail com visual dos anos 1950 é outra moto. Nas primeiras aceleradas a sensação de leveza é reforçada pelo motor mais “torcudo”: são 14,8 kgf.m contra 11,5 kgf.m do antigo Twim Cam.

Na primeira curva até me assustei com o ângulo de inclinação (mais de 27 graus): a Heritage Classic deitava com facilidade. As pedaleiras ainda raspam no asfalto, mas somente em curvas mais fechadas.

A nova Street Bob, modelo que deverá ter o menor preço de revenda entre as novas Softail, também ficou muito ágil – e 7kg mais leve. É incrível a facilidade com que ela vai de um lado para o outro e inclina mais de 28 graus nas curvas.

Já a impactante Fat Bob, com seu exclusivo farol retangular, tem o menor ângulo de cáster entre os modelos. A ciclística mais “agressiva” compensa um pouco o largo pneu de 150 mm na dianteira e deixa a Fat Bob precisa nas entradas de curvas. A firme suspensão dianteira com garfos invertidos e o freio a disco duplo também merecem elogios.

A drag bike Breakout é um caso à parte. Com garfo alongado, roda de 21 polegadas na dianteira e o maior ângulo de cáster entre as novas motos, o modelo renovado melhorou bastante em comparação ao anterior, mas ainda assim é pesada para contornar curvas. Suas pedaleiras raspam com facilidade no asfalto e o largo pneu de 240 mm na traseira dificulta ainda mais a tarefa.

Por outro lado, segundo o gerente de portfólio de produtos Paul James, a atual Breakout é a segunda Softail mais vendida em todo o mundo. “O consumidor dessa moto não vai atacar curvas com a mesma agressividade que nós”, justifica James. Mais interessado em desfilar com a Breakout, que ganhou um visual ainda mais arrebatador com o novo farol de LED, a limitação ciclística não é exatamente um problema do modelo.

Quais e quando chegam?

Atualmente a Harley-Davidson comercializa três modelos da aposentada linha Dyna e outras quatro motos da antiga família Softail. Provavelmente, os mesmos modelos da renovada linha 2018 devem vir ao Brasil: Street Bob, Low Rider, Fat Bob, Fat Boy, Deluxe, Heritage Classic e Breakout.

Segundo Flávio Villaça, gerente de marketing da marca no Brasil, os novos modelos serão as grandes estrelas do Salão Duas Rodas, evento que acontece em novembro, em São Paulo (SP). “Em dezembro, as Softail 2018 já devem estar nas concessionárias”, garantiu o executivo.

*O jornalista viajou a convite da Harley-Davidson

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