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Honda NC 750X e outros modelos podem ter câmbio DCT em 2020; conheça


Arthur Caldeira

Infomoto

16/12/2019 11h17

A Honda quer repetir no Brasil o sucesso que o câmbio DCT faz na Europa, onde a venda das versões equipadas com a transmissão automática corresponde a mais da metade das unidades comercializadas de modelos como a NC 750X. A crossover deverá ser a primeira moto a ganhar uma variante equipada com o DCT no país em 2020. A nova Africa Twin 1100 também está cotada para trazer a nova tecnologia, presente apenas no maxi-scooter X-ADV e na Gold Wing 1800 Tourer atualmente.

Exclusiva da Honda, a transmissão DCT para motocicletas é a aposta da marca para atrair novos consumidores, que não querem ter a preocupação de trocar as marchas, além de oferecer uma nova experiência para os motociclistas mais entendidos. Oriundo dos automóveis da fábrica, como o Civic e o NSX, o câmbio DCT (Dual Clutch Transmission, ou transmissão de dupla embreagem, em português) tem trocas automáticas, proporcionando mais conforto em longas viagens e praticidade no dia-a-dia.

Esta não é a primeira vez que a Honda tenta introduzir o câmbio DCT (Dual Clutch Transmission, ou transmissão de dupla embreagem, em português) no mercado nacional. Em 2011, a VFR 1200F e a VFR 1200 X Crosstourer vieram equipadas com a primeira versão da transmissão, que ainda tinha algumas deficiências. A fábrica também avalia que os modelos eram muito "futuristas" e a tecnologia acabava ficando em segundo plano.

Em uma moto média e racional, como a NC 750X, a aposta é que o sistema possa mostrar seus benefícios. Na Europa, onde pouco mais de 50% das vendas são da versão DCT, a NC 750 X dotada da tecnologia custa 8.850 euros, pouco mais de 10% da versão com o câmbio manual, cotada a 8.000 euros.

Como funciona o DCT

Diferentemente dos câmbios dos scooters, o DCT tem o mesmo conjunto mecânico que um câmbio "convencional", exceto pelas duas embreagens. Controladas eletronicamente, elas são responsáveis pelas trocas automáticas em milissegundos. Diversos sensores enviam informações à central eletrônica da moto que "opta" pelo melhor momento para subir ou reduzir uma marcha.

As trocas acabam sendo quase imperceptíveis e, segundo a Honda, mais precisas do que qualquer piloto faria. Isso porque uma embreagem efetua as trocas das marchas ímpares (1ª, 3ª e 5ª) e a outra, das marchas pares (2ª, 4ª e 6ª). Sempre "engatilhadas" para engatar a próxima marcha, as embreagens realizam trocas rápidas e totalmente automáticas, sem interferência do piloto no modo AT.

Mas existe a opção MT (Manual Transmission, ou transmissão manual), que permite trocas de marchas por meio de botões (+ e -) no punho esquerdo, assim como em carros automáticos. E nas motos não há manete de embreagem e nem mesmo pedal de câmbio.

Impressões

A convite da Honda, tive a oportunidade de pilotar três modelos equipados com o novo câmbio pelas estradas italianas em novembro último – onde também avaliei a nova CB 650R, que tem câmbio manual. Já havia rodado com o X-ADV e a Gold Wing no Brasil, mas nunca havia experimentado o câmbio na NC 750 X e, muito menos, na recém-lançada Africa Twin 1100.

Para "engatar" a primeira marcha e sair com a NC 750X, ou qualquer modelo com DCT, há um botão no punho direito com as letras "N", de neutro, "D" de Drive e "S" Sport. Basta colocar no D e partir. As trocas automáticas não dão trancos, mas são perceptíveis no modelo. Acontecem a giros bem baixos, o que "casa" bem com o motor de dois cilindros e da NC 750 X, que é praticamente metade de um motor do Fit, que gira pouco e tem sua potência máxima de 54 cv a apenas 6.250 rpm.

A grande vantagem é que a moto não "morre" de jeito nenhum e o motor também não "corta" o giro, quando se estica demais as marchas, o que é comum com a NC, que tem a faixa vermelha já a 6.500 rpm. O mapa Sport (S) estica um pouco mais as marchas e permite uma tocada mais esportiva.

Mas, como a moto não fica "engatada", os modelos com DCT têm freio de estacionamento, o "freio de mão". No caso da NC 750X é uma alavanca no punho esquerdo. E é importante lembrar de puxá-la quando for estacionar, principalmente em descidas.

Já na Africa Twin 1100 o freio fica no lugar do manete de embreagem. Mais recheada de tecnologia e com modos de pilotagem, o câmbio de dupla embreagem na bigtrail funciona de forma ainda mais imperceptível e precisa. Segundo Alfredo Guedes, engenheiro da Honda, isso acontece porque a central eletrônica (ECU) recebe mais informações dos sensores, permitindo trocas mais precisas e no momento certo.

Para meu estilo de pilotagem, em alguns momentos achei que a moto estava muito "solta", ou seja, com a macha muito alta e o giro baixo demais. O que não chega a ser um problema, afinal, pode-se reduzir uma marcha no botão "-", sem alterar para o modo MT. Dessa forma, o câmbio continua efetuando as trocas automaticamente.

Mas qual a graça?

A princípio pode parecer chato uma moto automática, mas confesso que, na prática, o câmbio DCT mostra algumas vantagens. Em um lugar desconhecido como as estradas ao sul de Roma, a capital italiana, e debaixo de chuva, não ter de se "preocupar" em trocar as marchas pode ser "libertador". Liberou a atenção para curtir as sinuosas vias de mão dupla com mais segurança, admirar as paisagens e os seculares vilarejos italianos.

Além de dar mais "liberdade" para pilotar sem esquentar a cabeça se a moto vai acelerar o suficiente naquela subida ou na saída de curva, o câmbio DCT deixa o motociclismo mais acessível a quem não está acostumado à embreagem na mão e câmbio no pé. Como consequência imediata, oferece mais segurança aos pilotos novatos.

Claro que há modelos, como superesportivas ou motos de motocross, nos quais a troca de marcha faz parte da brincadeira. Mas em motos feitas para a locomoção diária ou uma viagem com os amigos, um câmbio automático que tenha bom desempenho e ainda ofereça conforto pode ser uma boa ideia.

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