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Moto de série mais potente do mundo alcança 210 cv. Modelo disputa com a Suzuki Hayabusa o posto de mais rápida.
Rafael Miotto
G1
Ter 210 cavalos sob o comando já é uma potência considerável para carros que pesam mais de uma tonelada, agora imagine para uma moto de menos de 300 kg. Esta é a nova Ninja ZX-14R, que a Kawasaki afirma ser a moto de produção em série mais potente do mundo. O modelo 2013 chegou ao Brasil em junho, renovado para tentar desbancar a Suzuki Hayabusa do posto de “moto mais veloz”, com preço a partir de R$ 56.990.
A Kawasaki não divulga a velocidade final da Ninja, apesar de dizer que ela supera a concorrente. Segundo a Suzuki, a Hayabusa chega a 290 km/h e vai de 0 a 100 km/h em 5,1 segundos. Na prática, os dois modelos possuem conjunto que “sobra” em estradas com velocidade máxima permitida bem abaixo do que podem alcançar.
Nova geração da Ninja ZX-14R teve alterações no visual, manteve aparência clássica (Foto: Renato Durães/G1)
A nova geração da ZX-14R passou por modificações importantes e traz no pacote controle de tração e a opção de freios ABS, itens que sua adversária não possui. As principais alterações ocorreram no motor de 4 cilindros em linha, passando também por chassi e visual.
As renovações estéticas foram bem-vindas à ZX-14R e, apesar de não muito profundas, trouxeram mais leveza à moto e mantiveram suas linhas clássicas – parte desse visual serviu de inspiração para a nova Ninja 250R, recentemente apresentada na Ásia.
No Brasil, estão disponíveis as cores verde e preto. A versão verde, tradicional coloração da Kawasaki, possui grafismos que lembram chamas de fogo. Não é nada muito extravagante, mas pode não agradar os mais conservadores. Na Europa, com o nome de ZZR 1400, a ZX-14 possui a opção verde “lisa”, que foi desconsiderada para o Brasil.
Lutadora de sumô
A ZX-14R é a mais poderosa dentro da “família Ninja”, que conta com modelos desde 250 cm³. Dentre as Ninjas, a ZX-14R pode ser comparada a um lutador de sumô. Pode não ter a agilidade de carateca, mas é a mais contundente. As alterações no motor a deixaram melhor. Segundo a marca, o tetracilíndrico passou de 1.352 cm³ - versão antiga – para os 1.441 cm³.
Farol dianteiro tem novos recortes, mais retos (Foto: Renato Durães/G1)
De acordo com a Kawasaki, sua potência máxima é de 200 cv a 10.500 rpm, mas, com o advento do sistema de Ram Air - dispositivo de série para aumentar a entrada de ar no motor -, a potência pode alcançar 210 cv a 10.000 rpm.
Em movimento, as alterações deixaram o funcionamento mais linear e trouxeram mais força em baixas rotações, melhorando seu uso na cidade.
Claro que este não é o local adequado para a ZX-14R. Como esportiva, seu posicionamento irá tornar os deslocamentos cansativos e seu ângulo de esterço é pequeno, dificultando as manobras.
Sem falar que um pequeno giro no acelerador o colocará em velocidade superior à permitida. Contudo, para rodar mais tranquilo e mais seguro, é possível selecionar o modo Low, que faz a moto utilizar 75% de sua potência máxima. Assim, a ZX-14R poderá atingir cerca de 150 cv.
Para domar a ‘fera’
O G1 rodou 600 km por vias urbanas, rodovias e estradas vicinais com a ZX-14R com ABS. Essa versão tem 268 kg em ordem de marcha – com fluídos e combustível no conjunto – e, apesar de ser uma “peso pesado”, ao entrar em movimento a sensação é de ser mais leve. Auxiliada pelos sistemas eletrônicos, a Ninja é uma moto fácil de dosar.
Assento do garupa vem coberto com capa, transformando a moto em monoposto (Foto: Renato Durães/G1)
O modelo agora tem três modos de controle de tração. Do nível 3 ao 1, o sistema vai do mais intrusivo até o mais brando, que permite pilotagem mais radical. Ainda existe a possibilidade de rodar sem o controle ativado. O dispositivo traz muito mais segurança na condução e entra em ação quando existem diferenças de velocidade entre os eixos traseiro e dianteiro, impedindo que a roda traseira derrape.
No nível 1, sua atuação leva mais tempo, mas é igualmente eficaz. Em situações de piso molhado, pista suja ou cascalho é possível acelerar sem medo, pois ele evita acidentes por falta de aderência inesperada. Controle de tração e modos de potência são de série. Se optar por freios ABS, que tem bom tato, o valor da moto aumenta em R$ 4.000 sobre a versão standard.
Comandos de modos de potência e controle de tração são feitos no punho esquerdo. Dinateira conta com duplo disco de freio (Foto: Renato Durães/G1)
Emoção na estrada
Mesmo que não possua a maneabilidade de uma esportiva 1000 nas curvas, a ZX-14R se sai bem e as trocas de direção podem ser feitas rapidamente. As suspensões, com regulagens na traseira e dianteira, transmitem bastante firmeza. Em pisos esburacados, são desconfortáveis, devido ao pequeno curso das suspensões – 117 mm (dianteira) e 124 mm (traseira) -, característica crônica deste segmento.
É nas arrancadas que a ZX-14R mostra seus principais trunfos. Sua medida entre-eixos, assim como na Hayabusa, é maior que nas esportivas tradicionais. A ZX-10R, por exemplo, tem 1.425 mm, enquanto a ZX-14R possui 1.480 mm. Isso garante mais estabilidade no momento de acelerar forte. Na autoestrada, a Ninja chega rapidamente a 120 km/h e mantém a velocidade de cruzeiro com muitas sobras.
Neste tipo de condução, sua carenagem e bolha dianteira fazem a diferença, proporcionando ótimo efeito aerodinâmico. Após passar os 4.000 rpm, o motor dá um verdadeiro “soco no estômago” – sensação da força G no corpo – e é possível sentir as melhores qualidades da ZX-14R. A moto cumpre o que promete neste sentido: a diversão é garantida em estradas sinuosas e serras, graças também ao escalonamento do câmbio de seis marchas. No visual, o painel moderno, com computador de bordo, que mostra consumo instantâneo e autonomia, também conta a favor. No geral, o acabamento é bom, mas alguns detalhes, como os comandos dos punhos são bem simples, não condizendo com o nível da moto.
Conclusão
A disputa de quem é a mais rápida é puro marketing para as fabricantes, pois, em vias públicas – ao menos, no Brasil – alcançar 300 km/h é proibido e desaconselhável. A ZX-14R e a Hayabusa têm preços semelhantes, mas o que dá vantagem ao modelo da Kawasaki é o conjunto mais moderno e, sobretudo, os sistemas eletrônicos que visam maior segurança.
Carenagem e bolha dianteira garantem boa proteção aerodinâmica (Foto: Renato Durães/G1)
Com o advento da tecnologia, a ZX-14R de 210 cv se tornou uma moto acessível, mesmo para quem não é piloto de motovelocidade. Controlar toda esta cavalaria, há alguns anos, poderia ser perigoso, mas agora a responsabilidade pela segurança fica muito mais a cargo do piloto do que da moto.
Posicionamento não é confortável, como de costume nas esportivas (Foto: Renato Durães/G1)
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