Notícias
Novidade
Com novo visual, naked inglesa agora tem modos de pilotagem, controle de tração e motor de 140 cv. O preço: R$ 59.900
Arthur Caldeira / Agência INFOMOTO
Agência INFOMOTO
Precursora entre as nakeds com alma esportiva, a Triumph Speed Triple foi completamente renovada para 2016 e desembarca agora no Brasil na versão R, top de linha. A inglesa manteve sua identidade visual, mas recebeu alterações em seu motor de três cilindros e 1.050 cm3, que agora gera mais potência e torque. Além disso, está equipado com acelerador eletrônico que possibilitou a instalação de controle de tração integrado a cinco modos de pilotagem. Na parte ciclística, um novo quadro, conjunto de suspensões mais sofisticadas e freios ABS.
O primeiro resultado das novas mudanças foi que a naked inglesa subiu de categoria e preço: a Speed Triple R custa agora R$ 59.500. A geração anterior, sem nenhuma eletrônica e com especificações mais modestas, era vendida a R$ 43.990.
Mas as novidades, ao menos na teoria, também deixaram a Speed Triple R ainda mais esportiva. Para esse primeiro contato, levamos a naked inglesa para a pista do Haras Tuiuti, no interior de São Paulo (SP).
Logo de cara, a nova Speed Triple R parece familiar: não apenas porque manteve seu inconfundível conjunto óptico com dois faróis saltados, mas também porque a posição de pilotagem esportiva continua. As pernas vão flexionadas e recuadas, o tronco inclinado sobre o tanque e os braços abertos no melhor estilo streetfighter – estilo, aliás, inaugurado pela própria Speed Triple em 1994, quando a Triumph retirou as carenagens da esportiva 955i, instalou um guidão mais largo e estava pronta uma naked derivada de uma esportiva.
Já acomodado, procurei me entender com os novos controles eletrônicos. A interface é bastante semelhante aos outros modelos Triumph: botões no punho esquerdo permitem navegar entre os cinco modos de pilotagem – Rain, Road, Sport, Track e Rider, este último completamente personalizável ao gosto do piloto.
Por recomendação, entrei na pista com o modo “Road”. A potência máxima, agora de 140 cv (5 cv a mais) 9.500 rpm está disponível, mas a resposta do acelerador é bastante linear. Controle de tração e freios ABS ficam intrusivos e até atrapalham a pilotagem mais esportiva. Logo troquei para o modo Sport, o qual altera principalmente a resposta do acelerador: já na saída dos boxes, a roda dianteira levantou com vontade, mas a eletrônica se encarregou de domar essa hooligan inglesa.
O novo motor recebeu mais de 104 alterações internas, segundo a Triumph. As inovações vão da câmara de combustão, passam pelo cabeçote, virabrequim, desenho de pistão e o tal acelerador ride-by-wire. Na prática, isso resultou em um comportamento mais vigoroso, principalmente em baixos e médios regimes. Em geral, trata-se do bom tricilíndrico que une a força dos motores de dois cilindros em baixos giros e a disposição dos quatro cilindros em altas rotações, mas agora com a eficiência de um acelerador eletrônico. A embreagem agora conta com sistema slip-assist, que diminui o esforço no acionamento e evita que a roda traseira derrape em reduções mais bruscas.
Mais à vontade com a Speed Triple R e com a sua eletrônica no modo Track, era hora de abusar das suspensões. Na dianteira, o novo garfo telescópico invertido Öhlins NIX 30 com tubos de 43 mm e totalmente ajustável está entre os melhores do mercado, assim como o monoamortecedor traseiro da mesma marca TTX36. Ambos permitem usar e abusar da Speed Triple R nas curvas, ainda mais com os bons pneus Pirelli Diablo Supercorsa que são de série na versão “R”. Parece não haver limite de inclinação e as pedaleiras, que no modelo anterior pegavam no asfalto, agora estão mais altas e, pelo menos, nesta pista não raspavam.
Se o novo conjunto ciclístico merece elogios pelo que tem, a ausência de alguns componentes rende críticas ao modelo. Com sua orientação esportiva, a Speed Triple R deveria estar equipada com um amortecedor de direção. Em uma saída de curva mais empolgada, o sistema anti-wheeling desligado pelo modo Track e o acelerador com a resposta mais instantânea fizeram a roda dianteira levantar e o largo guidão balançar de um lado para o outro. A falta de um amortecedor de direção e o motor mais “nervoso” transformaram a naked inglesa em um cavalo bravo. Foi preciso calma para não tirar a mão de uma vez e ir ao chão e ficou a lição para domar o punho nas próximas curvas.
Outra crítica para o uso esportivo da Speed Triple R vai para os freios. O bom conjunto tem dois discos de 320 mm e pinças monobloco Brembo, na dianteira, e disco simples com pinça Nissin, na traseira. Dotado de sistema ABS (que pode ser desligado), garante frenagens eficazes para parar os 192 kg a seco da Speed Triple R no início. Mas demonstrou certa fadiga ao final da bateria de 20 minutos na pista e o manete de freio chegou a bater na manopla, muito provavelmente por superaquecimento do fluido, que percorre flexíveis revestidos em malha de aço (aeroquip). Novamente, vale observar que a avaliação foi feita na pista e que a mesma unidade já havia sido utilizada em outras baterias por outros pilotos, mas perdi a entrada de uma curva, porque o freio simplesmente não funcionou como deveria.
A Speed Triple fez fama como uma verdadeira hooligan inglesa entre as nakeds, em função de seu visual agressivo e seu comportamento radical. Seu motor impressiona e demonstra ter fôlego em todas as fixas de giros. O visual continua marcante e controverso: alguns adoram, outros odeiam. A nova versão “R”, única que virá para o Brasil, traz ainda um desenho modernizado e o refinamento de piscas em LED e algumas peças em fibra de carbono, além dos bem vindos controles eletrônicos.
Companheira ideal para uma estrada sinuosa ou para rodar na cidade, a Speed Triple R pode até servir para você se divertir em um autódromo, mas será preciso investir em um amortecedor de direção e fazer algumas melhorias nos freios.
A Speed Triple R continua sendo uma moto para aquela escapada com os amigos no final de semana e que dá prazer aos motociclistas que adoram contornar curvas, acelerar e frear para valer. Mas, com seu novo preço (R$ 59.900) e posicionamento, irá disputar mercado com modelos com bons atributos, como a BMW S 1000R, vendida hoje a R$ 58.900, mas que traz suspensões eletrônicas, quick-shift (assistente de troca de marchas) e mais 20 cavalos de potência máxima (160 cv) em seu motor de quatro cilindros.
Triumph Speed Triple R
Motor: Três cilindros em linha, 12 válvulas, DOHC, com refrigeração líquida
Capacidade cúbica: 1050 cm³
Potência máxima: 140 cv a 9.500 rpm
Torque máximo: 11,4 kgf.m a 7.850 rpm
Câmbio: Seis marchas
Partida: Elétrica
Transmissão final: Corrente
Alimentação: Injeção eletrônica multiponto sequencial
Quadro: Dupla trave superior tubular em alumínio
Suspensão dianteira: Garfo telescópico invertido Öhlins NIX 30 com 43 mm de diâmetro totalmente ajustável com 120 mm de curso
Suspensão traseira: Monobraço com amortecedor Öhlins de tubo duplo TTX 36 totalmente ajustável com 130 mm de curso
Freio dianteiro: Disco duplo de 320 mm de diâmetro e pinça monobloco Brembo de fixação radial com quatro pistões e sistema ABS
Freio traseiro: Disco de 255 mm de diâmetro e pinça Nissin de dois pistões com ABS
Pneu dianteiro: 120/70 ZR 17
Pneu traseiro: 190/55 ZR 17
Comprimento total: 2.075 mm
Largura total: 780 mm
Altura total: 1.070 mm (sem os espelhos retrovisores)
Distância entre eixos: 1.435 mm
Altura do assento: 825 mm
Tanque de combustível: 15,5 litros
Peso a seco: 192 Kg
Cores: Branco e cinza fosco
Preço: R$ 59.900
Notcias relacionadas
Suzuki GSX-8T e GSX-8TT: O Retorno dos Clássicos Modernos com Estilo Retro
Dicas Imperdíveis para Motociclistas
Nova cor do modelo Zontes R350 chega ao Brasil
Novidades! Kawasaki Versys 1100 SE Grand Tourer 2026
Yamaha MOTOROID2 ganha o prestigiado prêmio de design Red Dot
Festival Interlagos 2025: Seis Motocicletas Inovadoras que Prometem Agitar o Evento
A Nova Era da Mobilidade: 2W Motors Apresenta a Vespa e Piaggio no Brasil
A Revolução Sobre Duas Rodas: A BMW R 1300 GS Adventure Chega ao Brasil!
Todos os Direitos Reservados