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Estradeira mais famosa da marca ainda é cara: no mínimo R$ 81.900. Conforto e sistema multimídia com tela sensível agradam
Rafael Miotto
G1
A estradeira mais famosa da Harley-Davison acaba de ser renovada no Brasil, com a chegada do modelo 2014 da Ultra Limited. Vendida a partir de R$ 81.900, a motocicleta traz como principais novidades o sistema multimídia com tela sensível ao toque (assista vídeo com impressões sobre a moto acima) , além de evolução no seu motor, que passa a contar com misto de refrigeração líquida e a ar – antes, o tradicional era apenas o sistema a ar.
Enquanto a maioria das marcas faz grandes mudanças a cada 4 anos aproximadamente, o segredo do sucesso da Harley-Davidson está no caminho contrário. A ideologia da empresa é manter a tradição de suas motos, principalmente no visual, que pode passar sem grandes mudanças por décadas.
Para se ter uma ideia, antes do lançamento da nova linha Street 500 e 750, em 2013, o último modelo feito completamente do zero foi a V-Rod, lançada há mais de uma década, em 2001. Em contrapartida, ano a ano, a Harley-Davidson faz uma espécie de lapidação em seus modelo, mudando um “cromadinho” aqui, ajustando uma suspensão ali.
Apesar de manter em partes esta premissa para a renovação da Ultra Limited e ser uma montadora que não gosta de muitas mudanças, a Harley decidiu ouvir a opinião do público e criou o projeto Rushmore, considerado pela empresa uma das mais significativas reformulações em sua centenária história.
Com evoluções na motorização, freios, ergonomia e visual, além de sistema multimídia, todas feitas com base em pedidos de clientes, o trabalho foi um marco histórico durante as comemorações dos 110 anos da empresa, completados no ano passado.
Conforto em 1º lugar
Harley-Davidson é sinônimo de estrada, apesar de nem todas as motos da marca norte-americana oferecerem muito conforto. Algumas deixam o condutor com braços muito esticados, enquanto outros modelos não possuem uma suspensão, digamos, acertada. Esse não é o caso da Ultra Limited, que tem no conforto um de seus principais chamarizes.
Concorrentes Harley-Davidson Ultra Limited
A Ultra se encaixa na categoria das motos touring (turismo, em inglês) composta por veículos de alta cilindrada que prometem oferecer o máximo de conforto aos motociclistas, com objetivo de enfrentar longas distâncias no asfalto.
Apesar de grandes diferenças em estilo e configuração, as concorrentes da Ultra são Honda GL 1800 Gold Wing e a linha K 1600 da BMW, composta por GT e GTL. Outro modelo que pode correr por fora nesta briga é a Kawasaki Concours 14. Mas a moto não é uma concorrente direta e possui características mais esportivas.
Visual foi lapidado
Ao observador menos acostumado ao mundo Harley-Davidson, a Ultra Limited pode não ter mudado tanto para o modelo 2014, mas, se tratando de H-D, as novidades são grandes. Para começar o visual foi modificado, com novo desenho na carenagem da bolha dianteira, conhecida como “asa de morcego”. Segundo a montadora, o novo desenho possibilita a redução de 20% na turbulência.
Cores mais vibrantes como laranja e vinho, além de misturas bicolores, também trouxeram mais modernidade para a moto. Na traseira, as lanternas ficaram maiores, o que culminou em um bom efeito estético e também na melhora da visualização da moto por outras pessoas no tráfego.
Outra mudança no desenho foi a adição de entradas de ar no centro da bolha dianteira e mais duas de cada lado. Similar aos conhecidos “quebra-ventos” de carros antigos, a solução é eficaz e permite ao motociclista conduzir o ar para o seu corpo, ajudando no resfriamento.
Tela sensível ao toque
Se por um lado o visual se manteve clássico, o mesmo não se pode falar do sistema de entretenimento na nova Ultra. Pela primeira vez, um modelo da empresa recebe uma tela sensível ao toque, de 6,5 polegadas, onde é possível controlar o dispositivo multimídia.
Os usuários podem comandar o atendimento do telefone celular via bluetooth, navegação por GPS, dispositivo de reconhecimento de voz e ouvir rádio ou aparelhos MP3. Pois é, a Ultra é uma moto equipada com sistema de áudio.
Todo o controle pode ser feito com simples toques na tela de alta resolução. Para otimizar o uso, a empresa desenvolveu uma luva especial que, além de proteger o motociclista, funciona plenamente com a tela.
Outras luvas também podem ser utilizadas, mas a efetividade das ações diminuem sensivelmente.
O indicado é apenas comandar diretamente pela tela quando a moto estiver parada, para evitar desatenção ao trânsito. Em movimento, as ações podem ser efetuadas por botões ao lado das manoplas, que proporcionam também fácil navegação.
Incorporar esta tecnologia à Ultra foi um grande avanço feito pela Harley-Davidson, colocando a moto um passo à frente das rivais neste quesito. A qualidade do som também é agradável e concentra suas ondas no motociclista. Assim, se você está lado a lado com outras Ultras, como foi o caso desta avaliação, não sofrerá com a interferência da música de seus amigos.
"Motorzão" continua empolgante
Um dos grandes pilares da Harley-Davidson foi sempre manter a base de suas motos em confiáveis motores de dois cilindros com refrigeração feita apenas por ar. Tirando a linha V-Rod, que é uma H-D com conceito totalmente moderno, e as recém-apresentadas Street 500 e 750, todas as motos da marca faziam uso deste tipo de arrefecimento mais simples.
No entanto, o projeto Rushmore veio para quebrar esse paradigma ao menos nos modelos Ultra Limited e CVO Limited – fora do Brasil, também nos triciclos. A empresa desenvolveu um inédito sistema que utiliza misto de refrigeração a ar e líquido. Dois radiadores pequenos foram adicionados em cada um dos lados da moto.
Discretos, só serão notados por olhares mais atentos; eles estão sob proteções plásticas nas laterais, onde antes a moto apresentava porta-objetos. O resultado foi que a empresa conseguiu “esconder” o sistema, mantendo o desenho clássico, mas trazendo os benefícios da tecnologia.
Comparada ao modelo anterior, o torque aumentou de 13,8 kgfm para 14,4 kgfm. Apesar de o aumento no valor máximo não ser tão expressivo, a marca declara que a Ultra está 7% mais forte, ao se considerar todas as faixas de rotação. Como de costume, a empresa não divulgou a potência.
Durante os mais de 200 km da avaliação da moto, foi possível notar maior linearidade no funcionamento deste bicilíndrico de 1.690 cc. Antes, o motor já oferecia bastante força, mas agora essa característica parece estar mais bem acertada. O trabalho de levar os 414 kg ao movimento é feito com facilidade e as acelerações são contundentes, muitas vezes fazendo esquecer se tratar de uma moto realmente grande.
Outro sintoma ocasionado pela refrigeração mista líquido/ar é um menor aquecimento do sistema. Isso, além de melhorar o funcionamento do motor, torna o passeio mais agradável. Mas não pense que tudo está perfeito: com as médias de temperaturas altas do Brasil, o calor gerado ainda é grande e pode causar desconforto.
"Sofá" sobre rodas
Esta moto de dimensões e peso exagerados é um bom exemplo do que pode ser chamada de “sofá sobre rodas”. Como uma poltrona ampla, o assento acomoda muito bem tanto o piloto como quem vai na garupa. Também ouvindo comentários de consumidores, a Harley modificou o assento da nova Ultra, tornando-o um pouco mais fino - o que ajuda no encaixe das pernas.
O posicionamento é confortável, deixando braços e pernas relaxados. Muito do bem-estar também vem da proteção da imensa bolha dianteira que, por alguns momentos, pode fazer você esquecer que está em uma moto, principalmente se estiver com o rádio ligado. Entre outros mimos presentes na moto, estão aquecedor de manete, três bagageiros e chave com sensor de presença.
Com bastante espaço para bagagens, as malas ajudam a tornar a viagem mais confortável, já que não é necessário levar uma mochila nas costas. A Harley também alterou o sistema de abertura dos baús, que agora podem ser abertos com apenas um toque. Além dos alto-falantes da dianteira, existem mais dois na traseira, com regulagem própria de volume.
Dinâmica vai bem
Apesar do tamanho, a Ultra Limited é uma moto relativamente fácil de conduzir. Os principais cuidados devem ser tomados em manobras de baixa velocidade e paradas para estacionar. Se o motociclista colocar o modelo no lugar errado, em um pequeno desnível, pode ter que pedir ajuda para conseguir desencalhá-la.
Entretanto, basta girar o acelerador para a moto passar a sensação de leveza. Com torque suficiente para encarar subidas íngremes, o modelo não tem, obviamente, um comportamento esportivo, mas surpreende pela dinâmica em curvas. A troca de direção é feita de maneira rápida e fácil.
Em curvas, a moto permite razoável inclinação, mas logo mostra a limitação das plataformas de suporte aos pés, que raspam no asfalto. As suspensões também mantêm uma estabilidade razoável, sem comprometer o conforto, mas algumas vezes parece não transmitir com exatidão as irregularidades do asfalto.
Outro ponto importante da Ultra são os novos freios, mais potentes e com sistema combinado, que reparte a força de frenagem entre os eixos. Para uma moto deste tamanho, um bom freio é essencial e a Harley-Davidson cumpriu bem essa tarefa.
O câmbio, como tradicionalmente acontece nas motos H-D, transmite robustez, mas seus engates são um pouco "truculentos" e algumas vezes é necessário força extra para encaixar as marchas. Com nova embreagem com acionamento hidráulico, o acionamento do manete se tornou mais macio e cansa menos a mão.
Conjunto agrada, mas preço ainda é alto
Mesmo que ofereça muitos atrativos, a Ultra Limited ainda pode ser considerada uma moto cara, assim como suas concorrentes. O valor, que começa em R$ 81.900, para as cores mais simples, e pode chegar a R$ 84.200 nos modelos de duas tonalidades, é maior que o cobrado nos Estados Unidos, onde a Ultra Limited custa a partir de US$ 25.899.
Mesmo assim, não foge da realidade brasileira para motos e, como é montada pela empresa em Manaus, consegue ter um valor mais competitivo que o de suas rivais diretas. Na nova geração, a moto evoluiu bastante e é uma boa opção para quem deseja pegar longas estradas com bastante conforto e ao som de boas músicas.
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