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DER-SP ativa 50 novos equipamentos em estradas estaduais; limites de velocidade considerados baixos e dúvidas sobre sinalização levantam debate sobre prevenção x arrecadação.
Everson Assunção
Mototour
O Departamento de Estradas de Rodagem de São Paulo (DER-SP) colocou em operação, nesta terça-feira (23), 50 novos radares de fiscalização eletrônica em rodovias estaduais não concedidas. Com a ativação, o número de equipamentos chega a 241, em um programa que prevê a instalação de 649 pontos de controle até o fim do contrato vigente.
Segundo o órgão, a medida busca reforçar a segurança viária, reduzir acidentes e salvar vidas, com equipamentos posicionados após estudos técnicos que consideraram o histórico de ocorrências, pontos críticos, travessias de fauna e características geométricas das estradas.
Apesar da justificativa, o anúncio reacendeu um debate: os limites de velocidade aplicados em alguns trechos realmente contribuem para a segurança ou acabam funcionando como armadilhas para motoristas?
Limites de 40 km/h: prevenção ou exagero?
A lista divulgada pelo DER-SP mostra que vários radares foram configurados para fiscalizar velocidades de apenas 40 km/h em rodovias estaduais. Para muitos motoristas, a redução drástica em trechos de pista onde o fluxo costuma ser superior pode gerar mais confusão do que educação no trânsito.
A questão central é se todos esses pontos exigem, de fato, limites tão baixos para proteger vidas ou se representam uma calibragem desproporcional que acaba penalizando condutores sem trazer benefício real à segurança.
Transparência e sinalização
Outro aspecto essencial é a sinalização prévia. O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e as resoluções do Contran determinam que os radares devem ser precedidos por placas visíveis e em distância suficiente para que o condutor reduza a velocidade com segurança.
Sem sinalização adequada, o objetivo educativo e preventivo se perde, e a fiscalização corre o risco de ser vista apenas como mecanismo de arrecadação.
Segurança exige equilíbrio
Não há dúvida de que radares contribuem para a redução da violência nas estradas. No entanto, sua eficácia depende da confiança dos usuários. Limites pouco razoáveis ou falhas na sinalização podem gerar descrédito e sensação de injustiça, comprometendo o caráter educativo da medida.
Transparência na divulgação dos estudos técnicos que justificaram cada instalação e fiscalização rigorosa da sinalização são passos essenciais para que a sociedade enxergue os radares como aliados da segurança e não como obstáculos ao trânsito.
Onde estão os novos radares?
Entre os 50 pontos ativados, os limites de velocidade variam de 40 km/h a 100 km/h, com destaque para trechos críticos de 40 km/h. Alguns exemplos:
SP-036 (Piracaia, km 89,778) – 40 km/h
SP-063 (Bragança Paulista, kms 42,350 e 53,250) – 40 km/h / 60 km/h
SP-073 (Campinas, km 3,739) – 50 km/h
SP-095 (Amparo e Pedreira, kms 44, 46 e 54,459) – 50 km/h / 70 km/h
SP-215 (São Carlos e Dourado, kms 150,300 e 194,700) – 50 km/h / 60 km/h
SP-253 (Jaboticabal, km 207,050) – 100 km/h / 80 km/h
SP-304 (Ibitinga, km 365,400) – 60 km/h
SP-333 (Cajuru e Serrana, kms 6,000 e 45,030) – 100 km/h / 80 km/h
SP-334 (Pedregulho, km 442,170) – 100 km/h / 80 km/h
SP-421 (Oscar Bressane e Paraguaçu Paulista, kms 15,651 e 51,402) – 60 km/h
SP-457 (Bastos, km 100,854) – 60 km/h
SP-563 (Mirante do Paranapanema, Marabá Paulista, Presidente Venceslau, Dracena e Tupi Paulista) – 100 km/h / 80 km/h ou 60 km/h conforme o trecho
SP-425 (Olímpia, km 139,685) – 60 km/h
Em diversos locais, os limites de 40 km/h se aplicam em rodovias estaduais, o que reforça a necessidade de sinalização ostensiva e transparente para evitar que a medida seja interpretada como arrecadatória.
Reflexão final: radares são instrumentos indispensáveis de proteção coletiva, mas sua aplicação deve ser justa, equilibrada e transparente. Somente assim cumprem o papel de salvar vidas e não de punir motoristas de forma desproporcional.
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