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Marca global do grupo Loncin confirma operação no país, chega respaldada por forte crescimento na Europa e liderança no Cone Sul da América do Sul
Everson Assunção
Mototour
O mercado brasileiro de motocicletas deve ganhar um novo e relevante protagonista a partir de 2026. A VOGE, marca de posicionamento premium pertencente ao grupo industrial Loncin Motor Co. Ltd., confirmou oficialmente sua entrada no Brasil, com início das operações previsto para o primeiro semestre do próximo ano. A chegada marca um movimento estratégico que pode alterar a dinâmica do segmento de motos de média e alta cilindrada, tradicionalmente dominado por fabricantes japonesas e europeias.
Mais do que ampliar o número de marcas disponíveis, a estreia da VOGE chama atenção pelo histórico internacional sólido, pela base industrial que a sustenta e pelo perfil claramente premium dos produtos que a marca pretende oferecer ao consumidor brasileiro.
Uma marca que já nasceu premium
Fundada em 2018, a VOGE foi concebida desde o início como a primeira marca chinesa dedicada exclusivamente ao segmento premium de motocicletas. Diferentemente de fabricantes que evoluíram gradualmente para faixas mais altas do mercado, a VOGE já nasceu com foco em engenharia de precisão, tecnologia embarcada, design sofisticado e padrões globais de qualidade.
A estratégia se mostrou acertada. Em poucos anos, a marca expandiu sua presença para mais de 60 países e contabiliza aproximadamente 581 mil motocicletas vendidas em todo o mundo até outubro de 2025. Hoje, a VOGE comercializa cerca de dez vezes mais unidades do que em seu ano de estreia, consolidando-se como um dos casos de crescimento mais expressivos da indústria global de motos premium.
Validação nos mercados mais exigentes da Europa
Um dos principais argumentos que sustentam a credibilidade da VOGE é sua performance no mercado europeu. Em países reconhecidos pelo alto nível de exigência do consumidor, como Itália, Reino Unido, Espanha, França e Alemanha, a marca registrou um crescimento superior a 200% nos emplacamentos mensais entre 2024 e 2025.
Segundo dados divulgados pela própria empresa e repercutidos pela mídia especializada, Itália e Espanha figuram entre os mercados em que a VOGE alcançou posição de destaque entre as marcas premium mais vendidas no primeiro semestre de 2025, com crescimento superior a 70% nesses países. Esse desempenho é visto como um selo de validação importante para a chegada da marca a novos mercados.
Presença forte e consolidada na América do Sul
Além da Europa, a VOGE já possui uma atuação consistente na América do Sul, fator especialmente relevante para o público brasileiro e para quem utiliza a moto como meio de viagem pelo continente.
Atualmente, a marca opera em mais de 10 países da América Latina, contando com mais de 100 concessionárias na região. No Cone Sul, a presença é particularmente forte em Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile, mercados onde a VOGE vem apresentando crescimento contínuo.
Na Argentina, por exemplo, a marca se destaca por liderar o segmento de motocicletas acima de 300 cm³ desde o seu lançamento, com previsão de alcançar cerca de 8.000 unidades comercializadas até o final de 2025. Esse desempenho regional reforça a percepção de que a VOGE já está adaptada às condições, demandas e perfil do motociclista sul-americano.
O plano para o Brasil
Para o mercado brasileiro, a estratégia anunciada prevê uma operação estruturada desde o início, com equipe local formada por profissionais experientes do setor de duas rodas. A proposta é construir a marca de forma consistente, indo além do produto e investindo também em pós-venda, rede de concessionárias e posicionamento claro.
De acordo com a liderança da operação nacional, os modelos que serão fabricados e comercializados no Brasil devem ser anunciados ainda antes do início das vendas, permitindo que o público conheça com antecedência o design, a qualidade e o nível tecnológico das motocicletas e scooters que chegarão às lojas no primeiro semestre de 2026. Parte da operação deve contar com montagem local, seguindo um modelo já conhecido no país, o que tende a favorecer competitividade e logística.
Quais motos devem abrir o caminho
Embora o portfólio completo ainda não tenha sido oficialmente divulgado, as informações já publicadas indicam que a VOGE deve iniciar sua trajetória no Brasil com modelos de maior impacto, capazes de posicionar rapidamente a marca no segmento premium.
Entre eles, ganha destaque uma big trail de alta cilindrada, equipada com motor bicilíndrico próximo dos 900 cm³, pacote eletrônico avançado e proposta voltada a viagens e aventura — um dos segmentos mais desejados pelo motociclista brasileiro.
Outro produto associado à estreia da marca é um scooter premium, com foco em uso urbano, alto nível de tecnologia, conforto e desempenho acima da média, sinalizando que a VOGE pretende atender diferentes perfis de público desde o início. A expectativa é que novos modelos sejam introduzidos gradualmente nos anos seguintes.
Por que a chegada da VOGE importa
A entrada da VOGE ocorre em um momento em que o consumidor brasileiro está mais atento a pacotes completos, avaliando não apenas potência ou tradição, mas também eletrônica embarcada, segurança, conectividade, acabamento e proposta de uso.
Nesse cenário, uma marca com presença global, desempenho comprovado na Europa e forte atuação na América do Sul tende a elevar o nível de competitividade, pressionando o mercado por atualizações, novos produtos e melhores ofertas. Também reforça a mudança de percepção sobre marcas chinesas, hoje cada vez mais reconhecidas como capazes de competir em projeto, tecnologia e posicionamento premium.
Visão Mototour
A chegada da VOGE ao Brasil em 2026 representa mais do que um simples lançamento. Trata-se da entrada de um novo player com histórico, escala e ambição reais, capaz de influenciar o segmento de média e alta cilindrada.
Para quem vive o motociclismo como experiência — cruzando estradas, fronteiras e países —, a consolidação da VOGE na Europa e na América do Sul é um sinal claro de que a marca chega preparada para o desafio. Agora, resta acompanhar os próximos anúncios e entender como essa trajetória global será traduzida nas ruas e estradas brasileiras.
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